[Resenha] Primeiro e único

Autora: Emily Giffin
Páginas: 448
Editora: Novo Conceito
Shea tem 33 anos e passou toda a sua vida em uma cidadezinha universitária que vive em função do futebol americano. Criada junto com sua melhor amigas, Lucy, filha do lendário treinador Clive Carr, Shea nunca teve coragem de deixar sua terra natal. Acabou cursando a universidade, onde conseguiu um emprego no departamento atlético e passa todos os dias junto do treinador e já está no mesmo cargo há mais de dez anos.
Quando finalmente abre mão da segurança e decide trilhar um caminho desconhecido, Shea descobre novas verdades sobre pessoas e fatos e essa situação a obriga a confrontar seus desejos mais profundos, seus medos e segredos.

Este é o sexto livro da Emily Giffin publicado no Brasil, e devido ao meu amor à primeira vista pelas obras da autora, essa era a última leitura que me faltava. Nem tenho certeza se eu poderia ordenar seus livros do melhor ao pior, todos são incríveis. Mas devo admitir que esse deixou um pouco a desejar em comparação com os anteriores, na minha opinião. Talvez porque as leituras anteriores tenham me feito amadurecer na minha própria vida pessoal, mas como acredito que as personagens imaturas de Primeiro e único não tenham lido seus livros, não posso culpá-las. Rsrsrs

Esse livro vai contar sobre Shea, que mora em uma cidade em que o futebol americano é muito importante e ela mesma é uma fanática pelo esporte. Seu relacionamento familiar não é dos mais tranquilos, seus pais são divorciados e ela não se dá bem com a madrasta e a meia irmã, e mesmo a relação com o pai não é das melhores. Então a família de sua melhor amiga Lucy acaba se transformando em sua família também, e o pai de Lucy e treinador do time de futebol para o qual Shea torce, torna-se seu ídolo.

Além disso, Shea tem 33 anos, tem um namorado por quem não está apaixonada, já está formada em jornalismo, mas trabalha no departamento atlético do seu time. Em algum momento ela se dá conta de que apesar de gostar do seu trabalho, não está realmente seguindo seu sonho de ser jornalista e depois de alguns empurrões, ela finalmente deixa sua zona de conforto. E aí que olhando de outro ângulo, ela percebe sentimentos se alterando dentro dela, e tem que escolher tomar decisões que afetam outras pessoas ou deixar pra lá e tentar seguir sua vida da melhor forma possível, convivendo com a própria covardia de não ter lutado. 

Duas situações me desanimaram um pouco com a autora. Uma delas foi que a melhor amiga de Shea, Lucy me lembrou muito a Darcy de Presentes da vida e O noivo da minha melhor amiga. Uma personagem egoísta e superficial, em muitos momentos ela foi uma boa amiga, mas teve sim, seus momentos de Darcy. E a segunda situação foi justamente essa incerteza de Shea em encarar as consequências de realmente correr atras do que ela queria, em alguns momentos, suas decisões me orgulharam, mas em outros ela simplesmente deixou que tomassem a decisão por ela. Em geral, as personagens amadurecem ao longo da estória, mas eu realmente não senti muito isso por parte da protagonista.

Admito que foi difícil escrever essa resenha sem spoilers, pois a própria sinopse quase se entrega, o romance que se desenrola não chega exatamente a surpreender o leitor mais atento. Mas para finalizar, quero dizer que, ainda sim, essa é uma obra da Emily Giffin que vale por si só, e a atitude pouco madura dos personagens não fizeram com que eu me arrependesse da leitura, pelo contrário. Afinal de contas, os livros não teriam graça nenhuma se os personagens sempre agissem como os leitores esperam.