[Resenha] 1222

Autora: Anne Holt
Páginas: 303
Editora: Fundamento
Série: Hanne Wilhelmsen, 8
A 1222 metros de altitude, um acidente de trem. Uma impiedosa nevasca. Um hotel centenário. E um assassinato! Uma ex-policial, tão astuta e brilhante quanto sarcástica e antissocial, é a única pessoa capaz de solucionar o mistério da morte de um dos 269 passageiros de um trem descarrilado. Isolados do resto do mundo por causa da neve, uma atmosfera de medo, hostilidade e desconfiança instala-se no hotel onde eles se refugiaram.
Mas Hanne não quer se envolver. Ela sabe que a verdade cobra um preço muito alto. Ao longo dos anos, sua busca por justiça lhe custou o amor de sua vida, sua carreira na polícia de Oslo e a própria mobilidade. No entanto, encurralada por um assassino, encurralada pela pior nevasca da história, Hanne - e os outros passageiros - não tem saída. Em uma situação extrema, as máscaras logo caem... E, nesse grupo, muitas pessoas não são o que parecem. Aliando sua capacidade de dedução a seu instinto, Hanne mergulha em um enigma difícil e surpreendente.

1222 é o oitavo livro da série Hanne Wilhelmsen, e como todo livro do gênero, pode ser lido de forma independente. A única ressalva que fica é que não conhecemos Hanne de forma profunda, pois a autora não dá muitas explicações sobre sua vida, então esse é o único ponto negativo de ler uma série, mesmo que policial e com tramas únicas a cada livro, fora de ordem. Eu realmente não gosto de não pegar uma série desde o início para entender melhor cada personagem e situação, e também futuramente suas ações e decisões, mas eu tinha gostado tanto da premissa de 1222 que precisei deixar essa minha mania de lado.

A trama inicia com um acidente de trem, onde apenas uma pessoa morreu: o maquinista. Há uma tempestade de neve, e a salvação de todos é um hotel próximo para abrigá-los. São mais de duzentos passageiros, alguns com machucados mais leves, outros nem tanto, porém, o que mais destoa, ainda mais em um clima tenso, é a personalidade de cada um. Um espaço fechado, uma situação de emergência, nem todos têm as mesmas opiniões, o que deixa o ambiente ainda mais intenso é um assassinato.

Hanne é uma ex-policial, após levar um tiro e perder a mobilidade das pernas precisa abandonar sua profissão. Apesar de não ter a conhecido melhor, desde o primeiro livro, é perceptível que esse incidente a mudou. Ela tornou-se fechada, não aceita a ajuda de ninguém e seu humor não é dos melhores. Quando ocorre o assassinato Hanne bem que tenta não se envolver, mas é impossível. Junto com outras pessoas ela acaba criando uma teia com pistas e detalhes que apenas ela consegue ver.

É extremamente difícil controlar um grupo grande, ainda mais quando todos estão com medo, querem ir para casa e precisam conviver com pessoas totalmente diferentes e estranhas. Hanne consegue manter sua sanidade no meio disso tudo, e mostra-se uma investigadora excelente. Eu não sabia de quem desconfiar, em nenhum momento isso fica claro, e a própria personagem esconde do leitor o quanto ela já sabe. Não há tantas reviravoltas já que o cenário é sempre o mesmo, mas as intrigas e confrontos fazem o leitor ansiar para saber cada vez mais e querer descobrir como tudo vai terminar.

A leitura pode muito bem ser feita em um dia, pois a narrativa é fluída, as situações têm um ritmo rápido e os vários personagens te fazem ter um panorama geral de tudo o que ocorre no hotel, mesmo a narrativa sendo em primeira pessoa. Conhecer um pouco de cada pessoa foi muito bom para despistar quem seria o assassino. O desfecho não é daqueles que você pensa, nossa que surpreendente, mas a solução condiz com o que a autora apresenta no decorrer da trama. E eu gostei muito que Hanne apresenta ao leitor os detalhes e em como chegou naquela conclusão.

1222 foi uma obra que superou minhas expectativas. Eu gostei bastante do enredo, e principalmente da personagem. Quero muito ler o primeiro livro, A deusa cega, que já foi publicado pela Fundamento! ♥ Recomendo!