[Resenha] Fábulas cruéis

Autor: Luiz Vadico
Páginas: 192
Editora: Empíreo
Luiz Vadico traz de volta as fábulas - composiçao literária que tornou famosos grandes escritores como Jean de La Fontaine -, mas dando um toque particular: o macabro. Cada ma das 30 histórias revelam uma moral de uma forma sombria e, por vezes, assustadora.

Fábulas cruéis me interessou principalmente por ser um livro de contos, e também por eles serem mais sombrios. Apesar da capa e título, os contos não chegam a ser assustadores demais, na verdade, a maioria traz alguma lição de moral, e eu não sei vocês, mas eu adoro esse tipo de história. Claro que, assim como em qualquer livro de contos, há aqueles que são muito bons e outros nem tanto. Como a obra possui vinte e nove fábulas, vou citar as que eu mais gostei, ok?

O coro dos passarinhos é a primeira fábula da obra, e nos apresenta um Curió, que após não aguentar mais tanta balburdia entre os passarinhos, resolve criar um coro. Algo que seja harmonioso e na hora apropriada. Porém, um predador se aproveita de seus encontros, e os ataca sem piedade. O gavião é atacado de volta quando os passarinhos resolvem se unir. O final é um pouco surpreendente, pois percebemos que a função do livro não é ter finais felizes. Eu gostei bastante!

- Se vai ser sempre assim eu não sei. Mas da próxima vez que organizar um coro não deixe ninguém de fora.

Os homens que falavam estrela é um conto muito interessante e que nos faz refletir com o que acontece na atualidade. Há um planeta onde todos se comunicam com apenas uma palavra: estrela. Conforme a entonação e contexto, as pessoas entendiam o que era dito. Até que um dia Hélio acordou e teve vontade de falar outra palavra: sol. Todos ficaram admirados e temerosos com esse novo vocábulo. E com isso, Hélio acabou dividindo as pessoas entre aqueles que concordavam com estrela e outros com sol. Houve guerrilhas e revoltas, o planeta enlouqueceu!

Gostei também de Palavra de leão, Um gambá, Uma corrida difícil e A verdadeira história do patinho feio. Algumas fábulas foram adaptadas, e foi muito interessante ver o desfecho que o autor as deu. A obra tem vários contos incríveis, alguns mais puxados para o medonho do que outros, mas todos possuem algum tipo de mensagem que nos faz refletir.

A leitura é extremamente fluída, pois todos os contos são curtos, alguns não passam de três páginas, e apesar de o tema ser o macabro, as histórias não são nem um pouco parecidas entre si. Há diversidade tanto de personagens quanto de situações. Eu realmente adorei o livro, li em poucas horas e fiquei querendo mais. O autor escreve muito bem!

Eu retirei Fábulas cruéis direto no estande da Empíreo na Bienal, e quando eu vi o livro eu simplesmente babei por ele. A obra é em capa dura, e a capa é muito linda ao vivo. Na verdade, toda a edição está linda, há algumas ilustrações entre um conto e outro, e todas combinam com a trama mais sombria que cada um traz.