[Resenha] Vivian contra o apocalipse

Autora: Katie Coyle
Páginas: 288
Editora: Agir Now
Série: Vivian Apple, 1
Vivian Apple tem 17 anos e mal pode esperar pelo fatídico “Arrebatamento” — ou melhor, mal pode esperar para que ele não aconteça. Seus devotos pais foram escravizados pela Igreja faz tempo demais, e ela está ansiosa para que voltem ao normal. O problema é que, quando Vivian chega em casa no dia seguinte ao suposto Arrebatamento, seus pais sumiram e tudo o que restou foram dois buracos no teto…
Vivian está determinada a seguir vivendo normalmente, mas quando começa a suspeitar que seus pais ainda podem estar vivos, ela percebe que precisa descobrir a verdade. Junto com Harp, sua melhor amiga, Peter, um garoto misterioso que tem os olhos mais azuis do mundo e informações sobre o verdadeiro paradeiros dos seguidores da Igreja (ou é o que ele diz), e Edie, uma Crente que foi “deixada para trás”, os quatro embarcam em uma road trip pelos Estados Unidos. Mas, depois de atravessar quilômetros de eventos climáticos bizarros, gangues de Crentes vingativos e um estranho grupo de adolescentes auto-intitulados os “Novos Órfãos”, Viv logo vai perceber que o Arrebatamento foi só o começo.

Vivian contra o apocalipse é o primeiro lançamento da Agir Now, e acredito que eles não poderiam ter começado de melhor forma ao publicar uma obra distópica e apocalíptica incrível como essa. Além de tudo isso, a trama é voltada para os jovens, sendo assim, considerada também um YA (young adult), o que tornou essa mistura ainda mais empolgante. Eu realmente gostei do enredo, achei diferente de tudo o que eu já li destes gêneros, mas ao mesmo tempo senti falta de um pouco mais de ação. Porém, tudo que foi descrito me agradou e me fez querer ler imediatamente a continuação, Vivian contra a América, que lança ainda esse mês.

Vivian Apple não acredita no Arrebatamento, seus pais tentaram fazê-la virar Crente, mas simplesmente não rolou. Para ela tudo não passa de uma bobagem religiosa que Beaton Frick está tentando impor às pessoas. Porém, quando finalmente o dia chega, ela percebe que era tudo verdade. Seus pais sumiram, e dois buracos no teto são a prova disso. Outras milhares de pessoas também sumiram. Alguns Crentes são deixados para trás, e com isso, o caos se instala. As ruas são perigosas, pois está todo mundo desesperado, até mesmo os Descrentes.

Para piorar, em uma das passagens do Livro de Frick, ele informa que haverá um segundo Arrebatamento, o que faz várias pessoas virarem Crentes, e intolerantes. Só é permitido seguir as regras do livro para poder ser salvo. Pessoas estão matando outras por serem fora do padrão. O Apocalipse que também foi previsto está chegando. Mas, o que Vivian quer não é se esconder até tudo passar, ela quer descobrir o que realmente aconteceu com seus pais.

Não acredito em ódio. Não acredito em dinheiro. Não acredito em Deus. Não acredito que seja tarde demais.

Vivian é uma personagem que no início se mostrou meio boba e certinha demais, mas que depois amadurece e toma suas próprias decisões. A admirei por ter esta vontade de saber o que está acontecendo de verdade, confesso que se fosse eu, teria realmente ficado dentro de casa bem quietinha. Ela e sua melhor amiga, Harp, me surpreenderam bastante por ter tanta coragem de enfrentar um mundo caótico e preconceituoso. A autora nos mostra bastante sobre intolerância religiosa em um apocalipse, mas sabemos que é algo que acontece fora do livro também.

Muitas cenas me deram nojo ao ver tantas pessoas fanáticas fazendo coisas horríveis por um Deus que certamente não aprovaria nada daquilo. É uma verdadeira histeria coletiva. E eu gostei desse pano de fundo que a autora criou, como eu disse, nunca tinha lido nada do tipo. E como fã de distopias, foi bom ver uma história tão diferente assim. Vivian contra o apocalipse também nos mostra sobre amizade e companheirismo. Vivian é uma personagem de 17 anos, então no meio disso tudo, vemos inseguranças e medos dessa idade, além de paqueras. Claro, estamos no meio de um apocalipse, por que não paquerar? Ainda bem que a autora deixou isso em segundo plano, e fez algo bem leve.

O desenvolvimento final me deixou impressionada, mesmo já esperando algo do tipo. Sabe quando algo é previsível e você espera que seja diferente, mas quando não se mostra diferente, você gosta mesmo assim do que foi mostrado? Realmente curti o rumo que a autora deu ao enredo, e creio que foi o que deixou um bom gancho para o próximo livro. A leitura foi fluída, pois além de a narrativa ser empolgante e bem escrita, o tamanho da fonte ajudou bastante para ler. A editora está de parabéns pela edição. A capa é linda, e é a original ♥ , e eu não encontrei muitos erros. Recomendo a obra!