[Resenha] O que aconteceu com o adeus

Autora: Sarah Dessen
Páginas: 424
Editora: iD
Desde o amargo divórcio de seus pais, McLean e seu pai, um consultor de restaurante, se mudaram para quatro cidades em dois anos. Separada de sua mãe e da nova família de sua mãe, McLean seguiu com seu pai para deixar o passado infeliz para trás. E cada novo lugar dava-lhe a chance de experimentar uma nova personalidade: de líder de torcida a diva do drama. Mas agora, pela primeira vez, McLean descobre um desejo de ficar em um lugar e apenas ser ela mesma, quem quer que ela seja. Talvez Dave, o cara da porta ao lado, possa ajudá-la a descobrir.

Apesar de só ter lido dois livros da Sarah Dessen antes de iniciar O que aconteceu com o adeus e ter minhas expectativas atendidas apenas em parte, eu peguei mais esse livro na esperança de ser surpreendida, afinal adoro o tema que a autora trata, ela escreve sobre adolescência e costuma dar voz aos dramas da juventude, como popularidade e família complicada. E agora, após essa terceira tentativa comecei a me questionar se o primeiro livro que eu li dela – Just listen, a garota que escondia um segredo – realmente foi tão bom quanto eu imaginei, ou se a minha cabeça de 23 anos na época que era tão diferente e hoje eu teria outra opinião. 

O livro vai nos narrar o drama da adolescente McLean, que após a separação dos pais opta por morar com o pai, que larga o restaurante da família para trabalhar como consultor de restaurantes, e consequentemente arrasta McLean para cidades diferentes em curtos espaços de tempo. Então, ao invés da nossa protagonista se adaptar ao novo lar, ela simplesmente cria um nome e uma personalidade diferente a cada lugar.

Papai me encarou e contra minha própria vontade senti uma pontada de fadiga, ao pensar em fazer tudo aquilo outra vez. Mas eu tinha tomado minha decisão há dois anos. Ficar ou partir; ser uma coisa ou muitas outras. Digam o que quiser do meu pai, mas a vida com ele nunca era monótona.

Para completar, nossa protagonista guarda rancores do passado pela mãe, rancores esses que eu compartilho apesar de saber que decisões são pessoais e não devem ser julgadas. Mas as decisões em questão afetaram toda a família e McLean se sente no direito de sentenciar que a mãe errou e não parece disposta a perdoá-la. 

Com toda a experiência a que foi exposta, ela é esperta o bastante para não se envolver em amizades ou relacionamentos duradouros. Mas por alguma razão, desta vez ela acaba fazendo amizades sinceras e fica atraída pelo vizinho com pais excêntricos, sua determinação e confiança passam a ruir e o desejo de permanecer causam duvidas e sentimentos contraditórios que ela pensava poder controlar.

Pensei que não tinha mais um lar. Mas lá mesmo, naquele momento, percebi que estava errada. Lar não era uma casa montada, ou apenas uma cidade no mapa. Era qualquer lugar onde as pessoas que te amam estão, sempre que vocês estão juntos. Não um lugar, mas um momento e depois outro, construídos sobre o outro como tijolos para criar um abrigo solido que você leva consigo a sua vida inteira, onde quer que esteja.

Minha conclusão é que esse é um livro dramático, porém leve. Trata de dramas familiares, no entanto não chega a causar lágrimas. Basta não criar muitas expectativas e o livro pode ser apreciado de forma tranquila. Mas certamente valeu pela experiência e certamente lerei outros livros da autora que é queridinha por muitos leitores.