[Resenha] Dançando sobre cacos de vidro

Autora: Ka Hancock
Páginas: 336
Editora: Arqueiro
Lucy Houston e Mickey Chandler não deveriam se apaixonar. Os dois sofrem de doenças genéticas: Lucy tem um histórico familiar de câncer de mama muito agressivo e Mickey, um grave transtorno bipolar. No entanto, quando seus caminhos se cruzam, é impossível negar a atração entre eles. Contrariando toda a lógica que indicava que sua história não teria futuro, eles se casam e firmam – por escrito – um compromisso para fazer o relacionamento dar certo. Mickey promete tomar os remédios. Lucy promete não culpá-lo pelas coisas que ele não pode controlar. Mickey será sempre honesto. Lucy será paciente. Como em qualquer relação, eles têm dias bons e dias ruins – alguns terríveis. Depois que Lucy quase perde uma batalha contra o câncer, eles criam mais uma regra: nunca terão filhos, para não passar adiante sua herança genética. Porém, em seu 11° aniversário de casamento, durante uma consulta de rotina, Lucy é surpreendida com uma notícia extraordinária, quase um milagre, que vai mudar tudo o que ela e Mickey haviam planejado. De uma hora para outra todas as regras são jogadas pela janela e eles terão que redescobrir o verdadeiro significado do amor.Dançando sobre cacos de vidro é a história de um amor inspirador que supera todos os obstáculos para se tornar possível.

Esse é um daqueles livros que quase pode ser considerado modinha. E apesar da capa não me chamar muito a atenção, as advertências dos membros do grupo Clube do livro no Facebook de que manter os olhos secos não era uma opção para o leitor que se aventurasse pelas 336 páginas desse drama, foi o que realmente despertou em mim a curiosidade para comprar Dançando sobre cacos de vidro. Afinal, adoro livros para chorar, nada de romances açucarados, mas sim conflitos familiares e situações dolorosas que fogem ao controle dos personagens. E não me arrependi.

O livro vai contar a estória de Lucy e Mickey, que como descreve a sinopse não deveriam se apaixonar. Mas diz a sabedoria popular que o amor tem razões que a própria razão desconhece, e mesmo com todos os avisos de Mickey para que Lucy não se envolva com ele, um homem com grave transtorno bipolar, ela, com histórico familiar de câncer de mama muito agressivo insiste e a despeito do que poderia dar errado, e o amor deles perdura em um casamento feliz durante onze anos, que é o ponto de partida do livro.

Lucy me amava – mesmo com parafusos soltos, peças sobressalentes e partes danificadas. Ela amava o pacote todo – dizia que devia ser assim ou não faria sentido me amar. Jurou, faz uma eternidade, que isso era verdade e fez jus a esse juramento. Quem teria acreditado nisso? Essa mulher ainda me fascina, sobretudo em momentos como este, quando saio do buraco com o cérebro embotado e a primeira coisa que consigo enxergar com nitidez é o seu amor.

Cada capítulo começa com os pensamentos de Mickey sobre sua própria história, seus sentimentos sobre a mãe de quem herdou a doença, seu parecer quanto a doença, ou o amor pela esposa, por exemplo. Mas quem narra a estória é Lucy, e com certeza, foi uma das narrativas mais doces que eu já li. Como menciona a sinopse, o casal é surpreendido por uma notícia extraordinária, quase um milagre. E quando eu pensei, eles já são tão felizes fazendo esse relacionamento dar certo e agora serão mais abençoados ainda, apesar dos meus próprios receios como pessoa e das decisões dolorosas para controlar o futuro, os planos tem que mudar e eles se veem confrontados por um golpe do destino.

Estremeci ao pensar em todas as maneiras como eu podia estragar tudo. Os danos que posso causar. Onde eu estava com a cabeça?

Lucy me encontrou mergulhado nesse panico e encaixou a mão na minha. “Nós dois iremos cometer erros”, falou, mas ofereceremos equilíbrio um ao outro.

Quando perguntei pelo livro em uma das bancas da feira do livro de Porto Alegre, a vendedora usou as seguintes palavras para descrever essa estória: “Esse livro é um A culpa é das estrelas para adultos”. Pensei que provavelmente eu iria gostar do livro, mas não imaginei que essa descrição seria tão correta.

O livro é lindo, é romântico, é triste e eu recomendo, mas na dúvida sobre ler o livro, se questione se quer desidratar de tanto chorar, como a leitora que vos fala.