[Resenha] Perdão mortal

Autora: Robin Lafevers
Páginas: 408
Editora: Vergar & Riba
Série: O clã das freiras assassinas, 1
Por que ser uma ovelha, quando você pode ser o lobo? Ismae Rienne, dezessete anos, escapa da brutalidade de um casamento arranjado no santuário do convento de São Mortain, onde as irmãs ainda servem deuses antigos. Lá ela aprende que o deus da Morte abençoou-a com perigosos dons e um violento destino. Se ela optar por ficar no convento, será treinada como uma assassina e servirá a Morte. Para reclamar sua nova vida, deve destruir a vida de outros. A mais importante atribuição de Ismae leva-a direto para o tribunal superior da Bretanha—onde se encontra terrivelmente sob preparada não só para os jogos mortais de intriga e traição, mas pelas impossíveis escolhas que deve fazer. Como entregar a vingança da Morte em cima de um alvo que, contra sua vontade, roubou seu coração?

Perdão mortal é o primeiro livro da série O clã das freiras assassinas, e apenas com esse nome eu já tinha me interessado pela obra. Freiras assassinas? Ok, preciso ler. Por isso já inicio esta resenha informando que a obra é intensa, empolgante e possui uma trama bem elaborada e desenvolvida. Vai ser difícil falar o que eu achei, pois foi uma história que me surpreendeu bastante. Já havia lido algumas resenhas positivas, por isso minhas expectativas estavam lá em cima, e todas foram correspondidas. Foi uma leitura sensacional, eu que tenho medo de livros grandes nem vi essas mais de quatrocentas páginas passarem, foi tudo muito frenético.

Ismae é uma personagem que sofreu, mas soube reverter isso. Sua mãe tentou abortar quando estava grávida dela, porém, o remédio não fez o efeito desejado e ela acabou nascendo mesmo assim. Suas cicatrizes nas costas comprovam isto. Este incidente fez todos perceberem que ela havia sido gerada pelo Deus da Morte, algo mal visto na sociedade, por isso, seu pai arranjou seu casamento com o primeiro homem que se interessou por Ismae. No entanto, este homem era um bruto e nojento, que quando descobriu as cicatrizes dela mandou chamar a Igreja, que era contra outros tipos de religião. Com ajuda, ela conseguiu escapar desse terrível destino e foi parar em um convento de freiras, com um detalhe: lá ela aprenderia a matar de todas as formas possíveis. 

Segundo a curandeira, não foi milagre eu ter sobrevivido, mas um sinal de que tinha sido gerada pelo próprio Deus da Morte.

Depois de treinar, sua missão é ficar perto da duquesa e descobrir se São Mortain, um deus antigo, marcou algum traidor para que ela matasse. Com a Bretanha e França em guerra, existe um grande dilema de com quem a duquesa irá casar. Ela já foi prometida a alguém, no entanto este homem é repugnante. Há traidores e pessoas infiltradas, e é muito difícil descobrir quem é confiável. Ao mesmo tempo em que ela precisa ficar próxima dessas intrigas, sua companhia a faz quase esquecer de seus votos. Um homem enigmático, mas que pode muito bem ser um traidor também.

É uma história complexa de explicar sem dar muitos detalhes, mas não de entender. A autora consegue desenvolver bem sua trama, e em nenhum momento a deixou monótona. São muitas intrigas, traições e assassinatos acontecendo, então é impossível não ficar empolgado com tudo o que é descrito. Perdão mortal segue o mesmo ritmo do início ao fim. 

Os personagens não poderiam ser mais interessantes. Ismae é uma garota que mostra ter coragem para realizar seus serviços, mesmo no passado estando fragilizada. Acompanhando o início de sua vida não imaginamos no que ela se tornaria. Eu gostei bastante das personagens que são do convento também, o que vale destacar: foi uma pena a autora não ter focado um pouco nesse local e sua história. Talvez seja porque Ismae logo que completou seu treinamento já foi para uma missão, ficando bastante tempo fora. Eu amei que a autora não suavizou nada, a personagem mata, sim, e sem dó. Mas não se preocupem, não tem nada de terror ou muito sanguinolento. 

Pesquisei por aí e li que os próximos da série contam a história de outras personagens do convento também, e mal posso esperar para ler o livro com a Sybella, pois fiquei bastante curiosa quanto a esta personagem, que mesmo aparecendo pouco, consegue ser marcante e cheia de personalidade.

Se você procura um enredo diferente, um pouco histórico, e com algumas reviravoltas surpreendentes, precisa ler Perdão mortal. A autora criou algo inesquecível, estou até agora empolgada com tudo o que eu li. A leitura foi fluída, por isso, não sejam como eu: não se assustem pela quantidade de páginas. Recomendo!