[Resenha] Os vivos e os mortos

Autora: Susan Beth Pfeffer
Páginas: 336
Editora: Bertrand Brasil
Série: Os últimos sobreviventes, 2
Um meteoro em rota de colisão com a Lua: um evento astronômico previsto com antecedência pelos cientistas. Só que para surpresa de todos, o impacto da colisão é bem maior do que o esperado, e a Lua sai de órbita, aproximando-se da Terra e alterando de modo catastrófico o clima do planeta. À medida que Nova York é devastada e tanto comida quanto ajuda tornam-se escassas, o adolescente porto-riquenho Alex Morales luta para manter suas irmãs, Bri e Julie, de 14 e 12 anos, a salvo. Com os pais desaparecidos, cabe a ele assumir responsabilidades inimagináveis e dar o seu melhor para sobreviver enquanto reza para que o restante de sua família volte com vida para casa.

1. A vida como ela era

Os vivos e os mortos é o segundo volume da série Os últimos sobreviventes, mas pode ser lido de forma independente já que conta a história de outra família. Eu realmente estava esperando a continuação da história de A vida como ela era, e ao mesmo tempo que me decepcionei um pouco ao perceber que seriam outros personagens, me surpreendi com mais um enredo envolvente e intenso. E no fim, gostei muito mais dessa família e das situações enfrentadas. Susan Pfeffer criou uma trama extremamente impactante, pois o apocalipse recém iniciou, e enquanto alguns livros narram o depois, nessa obra temos o durante. Como tudo iniciou e como aos poucos o mundo está desmoronando e ficando difícil de sobreviver.

Após a Lua sair de órbita depois de ser atingida por um meteoro, cidades são devastadas por ondas enormes, o clima muda drasticamente e até mesmo o sol brilha menos. Em meio a tudo isso, conhecemos a família Morales. Alex, o segundo filho mais velho, estava cuidando de suas irmãs quando aconteceu a catástrofe. Sua mãe estava trabalhando no hospital, seu pai foi para Porto Rico em um enterro e o irmão mais velho é das forças armadas. É ele que fica responsável pelas duas irmãs: Bri e Julie.

É desesperador para eles não saber o que aconteceu com seus pais. Até onde sabem, eles poderiam já estar mortos. Acompanhar Alex e as irmãs é bastante dramático, pois a cada dia a comida vai acabando, e Alex precisa tomar algumas decisões pelo bem de todos. Essa é uma história que não tem muito terror envolvido, não há muitas ameaças humanas. Além de precisar encontrar comida e sobreviver a temperaturas mínimas, há também a parte emocional. Diversas vezes vemos que Alex quase desiste de tentar manter todos à salvo. 

Sobre os personagens, Alex é um garoto bastante inteligente, e conseguiu se sair bem em tudo, mesmo sendo novo e sem os pais por perto. Bri sempre foi a mais religiosa, a família até achava que um dia ela iria virar freira. Já Julie, a caçula, é um terror. Naquela fase adolescente em que reclama de tudo, faz birra, chora e tudo mais. Foi um desafio para o irmão ficar tão próximo das duas. E mesmo a família estando incompleta, eu gostei muito deles, da união e carinho que um tinha pelo outro.

Quando eu terminei o primeiro livro achei que ele era uma introdução ao que ainda viria, mas me enganei, então acredito que o próximo volume também seja com uma nova história e novos personagens. Por um lado é bom, pois não se torna algo repetitivo e acaba sendo uma leitura dinâmica. Os vivos e os mortos é uma leitura que te prende de forma absurda, eu li o livro em tudo que é lugar, qualquer minuto livre eu estava lendo, pois a angústia e curiosidade de saber o que aconteceria a seguir era maior.

A trama não possui grandes reviravoltas, daquelas que te deixam alucinados, nem nada do tipo. Mas, a narrativa da autora e o enredo criado conseguem agradar o leitor tanto quanto. Eu realmente adorei a leitura, e mal posso esperar para que seja lançada a continuação, eu espero que desta vez a Bertrand não demore tanto. Recomendo a série!