domingo, 18 de setembro de 2016

[Resenha] A colônia

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Autor: Ezekiel Boone
Páginas: 272
Editora: Suma de Letras
Série: A colônia, 1
Nas profundezas de uma floresta no Peru, uma massa negra devora um turista americano. Em Mineápolis, nos Estados Unidos, um agente do FBI descobre algo terrível ao investigar a queda de um avião. Na Índia, estranhos padrões sísmicos assustam pesquisadores em um laboratório. Na China, o governo deixa uma bomba nuclear cair “acidentalmente” no próprio território. Enquanto todo tipo de incidente bizarro assola o planeta, um pacote misterioso chega em um laboratório em Washington... E algo está tentando escapar dele. O mundo está à beira de um desastre apocalíptico. Uma espécie ancestral, há muito adormecida, finalmente despertou. E a humanidade pode estar com os dias contados.

Acalme-se, fique tranquilo, é apenas a capa de um livro, e sei que dá um pouco de agonia ficar olhando por bastante tempo, mas é uma capa linda, sim, linda. Esse tom de rosa e é meio emborrachada e, sério, gostei bastante, mas enfim, preciso falar da estória e do medo que venci para encarar esse livro, que depois no final das contas não é tão assustador assim. Apesar de ser classificado como terror, ele também tem ficção científica: no Peru é encontrada uma bolsa de ovos calcificada com datação de mais de mil anos; uma especialista em aranhas faz parte do enredo; a China solta uma bomba "sem querer"; a presidente dos Estados Unidos começa a tomar medidas de segurança nacional; e em várias partes do mundo as pessoas estão seguindo suas vidas e tentando entender o que realmente está acontecendo ou se tudo não passa de mais uma teoria da conspiração.

Imaginar um mundo sendo assolado por aranhas assassinas, dezenas, milhares, milhões saindo em bando atrás das pessoas, é realmente de dar medo, mas fique tranquilo, se você assim como eu, ficou na dúvida se deveria ler um livro sobre aranhas, e achar que a sensação delas em você fosse acontecer conforme o decorrer da leitura. Pode ficar tranquilo, pois eu, uma pessoa bastante medrosa, consegui encarar tudo numa boa. Pois o foco do livro são os vários pontos e pessoas passando pela mesma situação em ambientes e momentos diferentes. Seja numa floresta no Peru quando o guia leva um bilionário do ramo da tecnologia para passear na floresta junto com suas acompanhantes e seu segurança; seja em Minneapolis com um agente federal fazendo sua ronda e tendo seus problemas familiares; na Índia em um laboratório onde uma engenheira não entende muito bem o que vê nos sensores sísmicos; em uma universidade em Washington D.C, onde uma professora especialista em aranhas analisa esses bichos estranhos que chegaram do Peru; na Casa Branca onde a presidente em mais um dia de reuniões, comitês, telefonemas e exercícios militares, é surpreendida pela bomba atômica na China; na pequena província na China onde essa bomba acidentalmente explodiu; na base de fuzileiros navais na Califórnia onde uma militar e sua unidade estão fazendo mais um treinamento; na fronteira entre Afeganistão e Tadjiquistão; em um local na Califórnia onde os sobrevivencialistas montaram suas bases e se preparam para o fim do mundo; em uma ilha na Escócia; em um navio cargueiro; no escritório da CNN em Atlanta; e assim, a cada passagem, novos personagens são apresentados, e conforme sua importância pra estória, o narrador volta ou não para falar sobre eles.

O que realmente me deixou vidrada no livro foi essa técnica do autor em intercalar as várias passagens entre os personagens conforme o enredo era apresentado. O autor criou personagens onde eu queria cada vez mais saber sobre eles, e ele soube construí-los tranquilamente, apresentando diversos deles a cada novo capítulo, me fazendo conhecer e gostar deles em poucas páginas, e soube construir narrativas que às vezes eram conectadas ou não, e isso deu uma agilidade para o enredo que me fez ficar curiosa a cada virada de página.

Apenas fica aqui uma pequena ressalva para o final da estória. O autor me fez ler tudo, gostar dos personagens (meio arriscado levando em consideração o momento que estão passando), entender e reafirmar nossa insignificância e despreparo em momentos de crise, mas não me disse qual foi a razão para tudo isso. Sim, muita coisa é explicada, mas nada é realmente um grande mistério, porém apenas uma linha é mostrada para exemplificar a teia que está escondida por baixo de tudo isso. Mas e o fim? Ou seria isso tudo apenas o começo?

Sim, apenas o começo. É uma trilogia ;)

2 comentários:

  1. OOi!
    Não conhecia o livro, mas confesso que não me atraiu tanto, acho que por conta do gênero.
    Olha, também gosto bastanteee quando os autores intercalam os personagens, esse seria um ponto positivo para mim também, acho que fica muito melhor para conhecer eles e não apenas um.

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  2. Oiee!
    Acho que eu ia ficar um pouco agonizada com essa história, um lugar tomado por aranhas haah. E não consigo imaginar também como isso teria conteúdo pra gerar três livros, mas né. De qualquer maneira, a escrita do autor parece ser muito boa e um grande atrativo do livro.
    Beijos

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