[Resenha] Foi apenas um sonho

Autor: Richard Yates
Páginas: 306
Editora: Alfaguara
Em Foi apenas um sonho, Frank e April Wheeler são jovens que, ao se mudarem para uma casa confortável nos arredores de Nova York, acreditam ter uma vida cheia de oportunidades pela frente. Apesar de terem de conviver com vizinhos mesquinhos e desinteressantes, consideram-se acima de tudo isso.
Mas, conforme os anos passam, seus desejos parecem cada dia mais distantes. Ele detesta o trabalho burocrático, mas não sabe o que fazer para escapar da rotina. Ela, que se tornou mãe de dois filhos antes do planejado, gasta os dias em pequenos afazeres domésticos. Agora, uma nova chance de mudar suas vidas os fará tomar um rumo inesperado.
Com profunda empatia e clareza, Richard Yates nos mostra como Frank e April comprometem esperanças e ideais, traindo não apenas um ao outro, mas também a si mesmos. É um livro marcante, que agora ganha uma adaptação para o cinema pelo diretor, ganhador do Oscar, Sam Mendes, com Leonardo DiCaprio e Kate Winslet no papel de protagonistas dez anos depois do sucesso em Titanic.

"Foi apenas um sonho". É como eu descreveria minha expectativa quanto a esse livro. Sabe quando você decide ler um livro que virou filme pensando, acho que vou adorar, afinal o Leonardo DiCaprio e minha diva Kate Winslet são os protagonistas, o que pode dar errado? TUDO!!!

O livro é deprimente de um jeito em que é fácil você se pegar pensando que a vida deve mesmo ser assim, o que torna tudo mais desanimador ainda. Ele vai contar sobre o casamento de Frank e April Wheeler. Um casamento infeliz, em que o marido tem um emprego que odeia e uma esposa que ele acha que o subestima. Ela também é infeliz, foi mãe muito jovem e tenta ser uma dona de casa.

A estória é introduzida dentro do contexto de uma peça de teatro amadora que April participa - e já nesta fase eu pensei em abandonar a leitura, mas como sou teimosa, resolvi seguir em frente.

Aparentemente o fracasso da peça de teatro afeta negativamente o casamento dos protagonistas, casamento esse que já não era feliz antes, Frank e April apenas se aturavam, pois não viam outra saída já que eram marido e mulher. Era como se os dois tivessem sido programados para viver aquela vida medíocre sem perceber ou reclamar. Mas subitamente eles acordam um dia e percebem o quanto suas vidas são chatas, e é nesse ponto da estória que começa a escolha de decisões egoístas e erradas. E tudo fica mais angustiante.

Eu me pergunto por que as vezes os seres humanos conseguem ser tão idiotas e ao invés de consertar as coisas, preferem se lamentar e tomar decisões mais idiotas que aquelas que os levaram aquela situação, e que na maioria das vezes, não tem volta.

Os filhos do casal são apenas figurantes na estória, e não é possível sentir empatia por eles. Os vizinhos, com quem os Wheeler mantêm uma amizade estranha, ganham alguns capítulos do livro, e afirmo, também são deprimentes. A amizade entre os dois casais é um relacionamento entre a inveja dos vizinhos e o sentimento de superioridade, e talvez um pouco de desprezo por parte dos Wheeler.

Esse é um daqueles livros que comprei por puro consumismo. Como afirmei, o DiCaprio estampa a capa do livro e quando comprei não sabia nem a sinopse. E minha opinião depois de levar mais ou menos uns três meses pra finalizar essa leitura é que simplesmente não recomendo, não vale o esforço de tentar e tentar. O livro acaba quase se tornando um castigo. Apesar de não recomendar, ainda pretendo assistir ao filme só pra tirar a prova dos nove, e depois quem sabe, venho contar minha experiência pra vocês. Talvez o Leonardo DiCaprio e a Kate Winslet consigam salvar a estória.

Se vocês leram o livro e gostaram comentem o porquê e tentem me mostrar seus pontos de vista e o que acharam legal, porque eu só consigo descrever o livro com sinônimos de entediante, cansativo, monótono e etc.