[Resenha] Aaron Fischer e a prova dos elementos

Autor: Carlos Melo
Páginas: 352
Editora: Talentos da literatura brasileira
"O Império de Taurestá prestes a presenciar o recomeço da guerra civil, que chegou a dizimar um terço da população, quinze anos antes. Em um mundo onde elementais – humanos com poderes e habilidades fantásticos – vivem como deuses, apoiados pela Igreja e pelo Exército, os homens comuns, nascidos sem poderes, são escravizados e obrigados a ter uma vida miserável do lado de fora das muralhas das grandiosas Cidades Elementais. Entre esses comuns vive Aaron Fischer, um garoto de quinze anos, inconformado com a vida imposta pelo Exército Imperial. Quando Jonas, seu pai, é assassinado pela Marinha Imperial, poderes desconhecidos despertam no garoto, e ele descobre que é, na verdade, o filho perdido do ex-general Logan Grun, um dos mais cruéis genocidas da história e um dos mais poderosos elementais. Perante as últimas palavras do homem a quem ele chamava de pai, Aaron promete encontrar o nefasto grupo revolucionário conhecido como Exército Negro, libertando os comuns e revelando a verdade por trás do que aconteceu no passado."

Aaron Fischer e a prova dos elementos é uma obra que assim que eu li a sinopse, fiquei interessada em conferir a trama. Adoro livros de fantasia, ainda mais quando tem esse lance de poderes no meio, fico ainda mais enlouquecida para querer ler. O autor conseguiu explorar o universo que criou de forma a dar algumas explicações neste primeiro volume, mas também deixar vários outros questionamentos para um próximo. Com reviravoltas, ação e muitos perigos, algumas cenas lembram um pouco de Jogos Vorazes, e eu já vou explicar o motivo. 

Aaron é filho de pescador, e sua vontade sempre foi ser um elemental, porém, sua vida é traçada e ele irá ter o mesmo caminho do pai, Jonas. Quando os dois estão em alto mar para que o ofício seja ensinado, se deparam com a Marinha Imperial, esta desconfia de Jonas, e descobre que ele é procurado pelo Exército Imperial. O mesmo é assassinado, e é quando Aaron descobre que ele tem poderes, que nem um elemental, e acaba matando todos no barco. Sua raiva é enorme em não ter podido salvar Jonas, e logo descobre que ele não é seu pai de verdade, é seu tio.

Agora, a missão de Aaron é encontrar o Exército Negro, que tem o intuito de derrubar o Exército Imperial, para que aqueles que não são elementais não sofram mais nas mãos dos que são. O preconceito com as pessoas normais é enorme, e é visível o quanto elas sofrem de forma direta e indireta. Para aperfeiçoar seus poderes, Aaron precisa entrar para a Escola para Elementais de Lysmor. Só que, para isso, é preciso passar por uma prova, que selecionará os melhores.

É aí que eu lembrei um pouco de Jogos Vorazes. Só que nesta prova é proibido matar os outros, e eles são divididos em equipes. Mas, apesar disso, há muitos perigos, e pode ser que haja mortes acidentais (ou talvez nem tanto). Os que tiveram mais moedas passarão no teste, mas para isso, eles precisam roubar de outros competidores, e vale usar seus poderes. Eu achei esta parte fascinante e empolgante demais. Cada personagem possui poderes incríveis e os detalhes das lutas são muito bem escritos e fáceis de se envolver, como se realmente estivesse presenciando as cenas.

A trama criada pelo autor mostra bem a segregação de classes. Os que têm poder são tratados como deuses, e devem ser servidos pelos que não tem. Percebemos que nem todos elementais concordam com o que ocorre, e isto é algo que nos dá esperança. Quando Aaron descobre sobre seus pais, e um pouco do que aconteceu no passado é contado, é difícil acreditar se o Exército Negro está realmente agindo do jeito certo. Porém, como toda história tem dois lados, imagino que teremos um vislumbre melhor no próximo livro.

A leitura é bastante fluída, a escrita do autor consegue prender o leitor do início ao fim, e o final? Eu achei bem surpreendente, confesso que já estava esperando que terminasse do jeito mais óbvio, mas ainda bem isso não ocorreu e o autor conseguiu dar um ritmo diferente e com um belo gancho para a continuação. Todos os personagens da trama são incríveis, até mesmo os vilões, e há algumas cenas paralelas ao que acontece com Aaron com pessoas importantes e que dão uma visão da guerra que está por vir.

A capa é muito bonita e a fonte é agradável para ler. Estou empolgada pelo próximo volume, pelo menos eu imagino que vá ter, e espero que seja lançado logo. Eu realmente adorei esta fantasia, e recomendo bastante!