[Resenha] Príncipe sombrio

Autora: Christine Feehan
Páginas: 486
Editora: Universo dos Livros
Série: Os Cárpatos, 1
Mikhail Dubrinksy é o Príncipe dos Cárpatos, o líder de uma sábia e secreta raça ancestral que vive na noite. Tomado pelo desespero, com medo de nunca encontrar a companheira que iria salvá-lo da escuridão, a alma de Dubrinksy gritava na solidão. Até o dia em que uma bela voz, cheia de luz e amor, chegou a ele, atenuando sua dor e seu anseio. Raven Whitney possui poderes telepáticos e os utiliza na captura dos mais depravados serial-killers. Desde o momento que se conheceram, Raven e Mikhail foram incapazes de resistir ao desejo que faiscava entre eles. Mas forças sombrias tentarão destruir esse frágil amor. E mesmo que sobrevivam, como poderão - cárpato e humano construir um futuro juntos?

Eu sempre quis muito ler a série Os Cárpatos, pois confesso que adoro séries longas (eu sei, sou louca!), e também por ter lido diversas opiniões sobre a trama que me deixaram curiosa para conferir qual seria a minha opinião. Outro ponto que me envolveu e aguçou minha curiosidade quanto a série foi a parte sobrenatural. Achei incrível isso de uma raça nova, os Cárpatos, que possuem poderes tirados da natureza, e que com o passar dos séculos e de suas atitudes podem virar vampiros, aqueles seres temidos da lendas. Eu, pessoalmente, achei a premissa original. E claro, minhas expectativas estavam lá em cima, e após terminar o livro caíram totalmente.

Príncipe sombrio não é uma obra ruim, a parte sobrenatural é realmente fascinante e envolvente, e tudo o que vamos descobrindo sobre essa raça só nos faz querer saber mais ainda. O que me desapontou, e que eu prezo muito em uma leitura, foi a narrativa. Eu acho que se a autora não se repetisse tanto a obra poderia ter umas trezentas páginas e cumpriria bem o seu papel. Acontece que há diversas cenas entre os personagens dizendo que se amam, e naquele impasse de "não posso ficar" e "você é minha" e coisas do tipo. D-i-v-e-r-s-a-s. E isso me irritou um pouco, eu já tinha entendido que Raven não queria ficar, mesmo sentindo uma atração enorme por esse cara misterioso, e que Mikhail ao encontrar a pessoa que o tirou da escuridão não iria nunca mais ficar longe dela.

Outro ponto que me incomodou um pouquinho: o relacionamento deles é instantâneo! É ele colocar os olhos nela e pronto, é sua alma gêmea. Ok, da parte dele eu até entendo, pois tem toda essa coisa de ser Cárpato, agora... uma humana simplesmente aceita tudo de boa, a aproximação fácil e o amor repentino? Mas tudo bem, relevei e continuei a leitura. E eu fiquei chateada de ter me decepcionado um pouco, pois a premissa é realmente interessante, e saber que cada livro fala de um Cárpato é muito empolgante, então eu só espero que os próximos volumes sejam melhores nesses pontos. Sim, eu não vou desistir da série, quero todos os livros logo!

Raven é uma personagem interessante, todo esse lance de poder telepático a torna única. E eu meio que entendo em ela se entregar tão fácil, pois por causa de seus poderes sempre foi uma tortura ficar muito próximo das pessoas e seus pensamentos/sentimentos. E relevando os pontos negativos, é envolvente o relacionamento dela com Mikhail, as cenas mais quentes são de tirar o fôlego. Mas, confesso que não gostei tanto assim do Cárpato, me interessei muito mais por Gregori, pois ele tem um ar mais misterioso e perigoso, então eu acho que o livro que tiver ele vai ser bem mais interessante.

Príncipe sombrio tem uma trama bastante promissora, pois a raça está sendo ameaçada por humanos e vampiros, e as mulheres Cárpatos não conseguem ter filhos. Isso tudo faz o leitor querer saber como será o futuro de uma humana e um Cárpato, e como eles poderão salvar sua raça dos perigos cada vez mais iminentes. No geral, a obra possui vários elementos atrativos, então apesar das considerações que eu fiz, eu espero que vocês deem uma chance a série, pois é bem diferente do que costumamos ler do gênero.

A leitura, obviamente, é mais lenta. Eu fiquei vários dias lendo, e tinha que parar de vez em quando, pois o ritmo não é daqueles que faz o leitor ansiar pelo próximo capítulo, por conta das repetições. A partir de tal momento, quase perto do final, as coisas esquentam mais e é possível ficar ansioso pelo desfecho. Há mais perigos e reviravoltas, ainda bem. Em suma, foi uma obra interessante, e que merece uma chance. Eu definitivamente irei ler os próximos volumes.