quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

[Resenha] Uma garrafa no mar de Gaza

|
Autora: Valérie Zenatti
Páginas: 128
Editora: Seguinte
Um homem-bomba se explodiu dentro de um café em Jerusalém. Seis corpos foram encontrados. Uma garota, que se casaria naquele dia, morreu junto com o pai "algumas horas antes de vestir seu lindo vestido branco". E Tal não consegue parar de pensar em tudo isso.Tal é uma israelense que, como toda garota de dezessete anos, vive suas primeiras experiências - o primeiro grande amor, as primeiras escolhas profissionais e também o primeiro atentado. Depois de vivenciar esse momento trágico, ela escreve uma carta a um palestino imaginário, coloca em uma garrafa e pede ao irmão, que presta o serviço militar perto de Gaza, para lançá-la ao mar. Algumas semanas depois, recebe a resposta de um certo "Gazaman"...

Apesar de ter ouvido falar muito bem dessa obra há um tempo atrás, minha motivação para ler esse livro curto – 122 páginas – nos últimos dias do ano era uma tentativa desesperada de aumentar minha meta de leitura: 35 livros lidos em 2015, uma meta fraquinha e vergonhosa se comparada a outros anos. E não tem leitura mais gostosa do que aquela que me pega de surpresa, mexe comigo a cada página, inclusive me faz derramar algumas lágrimas e me deixa boquiaberta com um final inesperado e apaixonante.

Mas qual não foi a minha surpresa ao me deparar com um enredo capaz de desmistificar a história de uma guerra tão antiga e aparentemente sem uma previsão de término, e ao mesmo tempo cheio de esperança.

O livro vai nos contar a estória de Tal, uma jovem israelense, que vive de perto essa guerra, mas que assim como muitos outros jovens que assistem esse conflito, acredita de todo coração na paz através do diálogo. Então ela escreve uma carta em busca de uma aliada no desejo pela paz, cria uma conta de e-mail para se comunicar com essa futura amiga e pede a ajuda do seu irmão para que jogue a garrafa no mar de Gaza. Mas diferente do que ela esperava, quem encontra a garrafa é um rapaz que não é tão positivo e não compartilha das mesmas opiniões que ela sobre a guerra.

Senhorita “garrafa de esperança num oceano de ódio”, fique sabendo que eu sou um menino – pois é, quando jogamos uma garrafa no mar temos que esperar qualquer coisa, inclusive que não seja o destinatário dos sonhos que a receba.

O que me faz gostar muito de Tal é a esperança e a positividade dela, apesar de uma resposta não amistosa como esperado ela não desiste durante todo o livro de acreditar que pode, sim, convencer Gazaman de que um mundo melhor é possível. 

Em todo caso, tenho certeza de três coisas:

1. Não vou desistir de você, enquanto você não me responder.

2. Tenho certeza de que você guarda um verdadeiro segredo.

3. Você gosta de mim. Sim, você gosta de mim. Ou você gosta de me escrever e de ler o que escrevo, o que dá mais ou menos na mesma.

Paz sobre você, como nós dizemos em hebraico e vocês em árabe.

Tal

Acho que minha opinião está ao longo da resenha toda, mas só pra finalizar, esse é um livro para situar pessoas que como eu, sabe que existe uma guerra, porém não entende exatamente o porque. Mas principalmente é um livro para nos fazer crer que talvez o amor pode salvar a todos nós, e que a humanidade merece uma chance.

9 comentários:

  1. Oi, Ana! Tudo bem?
    Eu nunca tinha lido nada a respeito desse livro, e fiquei feliz ao ver que foi uma leitura prazerosa para você. É tão bom quando um livro nos surpreende, não é mesmo?! A temática da obra chamou minha atenção. Fiquei me perguntando como Tal e o amigo da garrafa foram criando algum tipo de laço e o que aconteceu no final do livro.
    Vou procurar mais sobre ele.

    Beijos
    www.procurei-em-sonhos.com

    ResponderExcluir
  2. AMO o amor. Hahaha. Sim, flor, clichê, mas amo. Amo o modo como o amor pode libertar os grilhões do pensamento pessimista e nos fazer ver o mundo com outros olhos. Gostei muito da sua resenha e, claro, decidi que preciso ler esse livro. Curtinho e objetivo, mas me parece o tipo de enredo que provoca o melhor em nós, mesmo no contexto da guerra.

    Beijos!
    http://www.myqueenside.blogspot.com

    ResponderExcluir
  3. Eu juro que não sei de onde, pq nunca li resenhas, mas tenho certeza absoluta que já ouvi falar desse livro. E primeiramente o título já me chama atenção há anos depois de ler sua resenha então eu tenho certeza que tenho que ler esse livro o mais breve possível. Primeiramente pq ele promete ajudar a desmestificar um assunto que muito me interessa e depois pq senti uma pitada de romance e libertação nessa história e quero muito descobrir quanto disso há no livro

    ResponderExcluir

  4. Oi Ana, tudo bem?
    Essa é a primeira vez que leio algo sobre esse livro até então desconhecido para mim. Mas me interessei pela obra, pelo tema que tem como plano de fundo, a guerra, as crenças, pelo que entendi um é árabe e outro palestino. E você me deixou curiosa sobre o desenrolar da estória, como ela terminou. Irei procurar a respeito do livro. Beijos

    ResponderExcluir
  5. Oi, Ana!
    Lembro de ter visto muito sobre esse livro logo que foi lançado por aqui, e por mais que a premissa de personagens em meio a um conflito real e com uma divergência clara de opiniões à respeito seja interessante e me atraia de alguma forma, fico em dúvida se leria ou não, tenho medo de, justamente por ser tão curtinho, não conseguir me envolver com ela à tempo, mas quem sabe um dia não dou uma chance? Ultimamente tem sido complicado incluir leituras aleatórias por ler esse ano, já estou com uma pilha considerável me esperando por aqui, rs, mas vou procurar mais à respeito do livro depois e talvez o leia assim que surgir uma oportunidade.
    Beijos!

    ♥ Sâmmy ♥
    ♥ SammySacional ♥

    ResponderExcluir
  6. Oi Ana!
    Da até vergonha saber que existe a guerra e nem lembrar disso, porque eu realmente não lembrava e não me lembraria se não fosse pela sua resenha.
    Sempre gostei de livros sobre esse tipo de assunto e me interessei imensamente por esse. Normalmente leio sobre a 2° Guerra, mas essa é uma bem mais recente e a qual eu não sei nada. Tenho certeza que eu gostaria do livro.

    beijos

    ResponderExcluir
  7. Oiee ^^
    Como eu sou uma pessoa extremamente negativa, não acredito que o ser humano merece uma chance. Desde o inicio dos tempos, a humanidade têm se mostrado egoísta e hipócrita da ponto de destruir a si mesma, e não acho que o amor fará com que as guerras acabem de vez e todos vivamos felizes. Eu gostaria MUITO de acreditar nisso, acho até que me faria uma pessoa melhor, mas eu simplesmente não consigo. Ainda não conhecia esse livro, mas fico feliz que você tenha gostado da leitura, parece ser interessante.
    MilkMilks
    http://shakedepalavras.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  8. Achei o enredo bem diferente e original e agora estou louca para saber o que acontece! Ah isso não se faz, quero este livro para ontem! Enfim, eu adorei seu resenha, me convenceu mesmo a querer ler a história, sou mega curiosa, então preciso saber mais sobre as mensagens e o desfecho. Primeira vez que vejo esse livro e já me encantei!

    ResponderExcluir
  9. Oooi Ana, eu li esse livro! Gostei muito do enredo, da história. Que moça inocente, haha. Eu não costumo ler muitos livros com essa temática e esse livro foi ótimo para entender um pouco sobre essa guerra. Muito triste ler essa realidade e saber que o dia-a-dia é muito pior do que o livro demonstra. Eu li já faz um ou dois anos, lembro que apesar de tudo, não foi um livro que me cativou bastante, faltou alguma coisa.

    parado-na-estante.blogspot.com.br
    facebook.com/paradonaestante

    ResponderExcluir