sexta-feira, 17 de outubro de 2014

[Resenha] Olhar mortal

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Autor: Fergus McNeill
Nunca cruze olhares com Robert Naysmith. Por trás de um sorriso simpático e um terno bem cortado, há um predador examinando cada detalhe, estudando a rotina de sua presa, descobrindo o melhor momento para atacar. Um homem meticuloso, que segue regras rígidas para cometer seus assassinatos. Um homem acima de suspeitas, com um bom trabalho, uma linda namorada, uma vida confortável. Do outro lado do tabuleiro está o detetive Harland, um policial em luto pela morte de sua esposa, com uma raiva interna que se choca diretamente com a frieza e indiferença de seu adversário. Enquanto contorna a burocracia de seu trabalho, ele precisa seguir pistas que ligam uma vítima à outra, e que podem determinar se a próxima irá sobreviver ou não. Olhar Mortal é um inovador suspense de serial killer, que abandona as convenções do gênero para criar novas regras, regras que transformam cada assassinato num jogo, e onde as vítimas são apenas peças a serem movimentadas. É uma obra deliciosa, brilhante estreia de Fergus McNeill, um novo autor que respeita a inteligência do leitor e surpreende aficionados por thrillers.

Estava precisando ler algo com crimes, investigações e essas coisas policiais no meio, então escolhi Olhar mortal, da Companhia Editora Nacional. Os livros deste gênero que eu li da editora foram todos ótimos, por isso a escolha, já que eu estava querendo uma leitura mais complexa e instigante. Eu vi algumas pessoas reclamarem da trama, pois o autor no início da história já nos revela o assassino, no entanto, logo vocês vão saber porque, eu gostei bastante!

No início da narrativa já conhecemos o psicopata, Robert Naysmith, um homem comum aos olhos das outras pessoas, mas que carrega consigo uma compulsão por desafios. Seu jogo favorito é matar o primeiro que cruzar olhares com ele. Esse jogo possui regras, e uma vez que a vítima foi escolhida, ele dá 24 horas de "liberdade" para a pessoa viver sua vida. Não que ela saiba que está para morrer, claro. Após essas horas, a caça começa. Rob volta no local em que viu a pessoa pela primeira vez e tenta descobrir tudo sobre ela, para assim, dar continuidade ao desafio. 

Um dos assassinatos acaba caindo nas mãos do detetive Harland, um homem que perdeu a esposa e sofre com isso. O caso é investigado por ele e seus colegas, que logo descobrem uma possível ligação com um outro crime, pois Rob sempre pega algum item da vítima e deixa junto com a próxima. A polícia logo liga mais alguns casos entre si, que apontam ser do mesmo assassino, e assim esperam por um deslize. Mas, Rob é inteligente, e sempre faz tudo certinho. 

Essa era sempre uma parte tão empolgante do jogo. Tanta coisa dependia da habilidade e estratégia, mas aqui, na preparação, ele abria mão do controle e se entregava ao destino. Poderia ser qualquer um, e lá estava o verdadeiro desafio.

Eu gostei da trama, não achei que saber do assassino logo no início deixou a leitura menos atraente. É claro que aqueles livros em que você fica tentando descobrir quem diabos é o assassino são ótimos! Porém, eu consegui gostar do jeito que o autor criou o enredo, pois temos uma visão muito clara de Robert. Suas manias, sua história de vida, seu relacionamento com Kim, seu jeito de caçar, enfim... Achei bem emocionante essa parte, porque você só fica torcendo para ele deixar algo para trás, algo que o incrimine e faça a polícia descobrir! A polícia, e a investigação em si, não me cativou tanto. Como a narrativa ora era com Robert, ora com Harland, me vi muito mais envolvida com o assassino do que com o detetive. As partes de Harland basicamente retratavam sua dor ao perder a esposa. Teve pouco sobre realmente seguir pistas e ir atrás do serial killer. 

A narrativa do autor é boa, há algumas partes cansativas, mas de resto é muito envolvente. Só queria que o detetive tivesse um destaque maior. Olhar mortal é um livro bom, eu realmente curti a trama, mas poderia ter sido melhor em algumas coisas. Robert é um personagem intrigante, principalmente quando conhecemos como foi sua infância. Fiquei com dúvida sobre o final, pois parece que há um gancho para o próximo da série, o que eu acho incomum, quase todos livros policias tem início meio e fim, e a continuação sempre é um novo caso, mas enfim... Mas também fica aquela dúvida no ar, porque parece aqueles finais que deixam o leitor pensando sobre o que aconteceu, sabe? Como se a gente tivesse que imaginar o depois. Bem, vamos ver! Recomendado!

20 comentários:

  1. Oi Dessa, tudo bom?
    Eu gosto de leituras policiais e tem um bom tempo que não leio nada do gênero. Não vejo problema do autor desvendar o assassino de primeira, pois acredito que a trama continua interessante. Apesar dos problemas que você citou, é um livro que eu leria pela composição e a proposta da narrativa.
    Beijos!
    http://livrosyviagens.blogspot.com.br/

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    1. Realmente, a trama não perdeu o interesse por causa disso.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Adoro livros policiais,e fiquei curiosa em saber como o autor conduziu a história.,nos contando desde o princípio quem é o assassino.

    Fiquei com vontade de ler.

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  4. Gosto muito de livros policias e histórias de suspense, o primeiro livro que li na vida foi da Agatha Christie e ela sabe fazer isso melhor do que ninguém. Não conhecia o livro, mas gostei muito da resenha, achei bem diferente já conhecer o assassino de cara, mas pra jeito que a história é contada parece que ficou bom. Só fiquei um pouco decepcionada com a parte da investigação que vc falou que é um pouco fraca geralmente essas são as melhores partes desse tipo de livro. Mas mesmo assim daria uma chance pro livro, gostei bastante da história.

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    1. Sabe que nunca li nada da autora? :// rsrs
      Sim, achei bem fraquinha, mas mesmo assim aproveitei bem a leitura.

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  5. Um livro policial em que a narração do assassino nos prende mais do que a investigação em si. Fiquei curiosa!
    Vou deixar a dica anotada.
    Beijos
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  6. Prefiro livros que eu tenho que descobrir quem é o assassino, mas livros que sabemos o assassino desde o começo também me atraem, com certeza.
    Olha, não vou te condenar por gostar mais do assassino. Eu sempre gosto mais deles, para dizer a verdade. rs E se ele narrar, como é o caso, melhor ainda.
    Adorei a dica.

    M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de outubro

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    1. Realmente, quando tentamos descobrir é melhor, mas nem por isso perdi o interesse nessa trama.
      Normalmente eu gosto mais do investigador, mas aqui não foi o caso. rss

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  7. Gostei muito da trama! E adoro essa narrativas com spoiler. É muito bom o autor que consegue segurar o leitor só pela narrativa. Mesmo sabendo o que vai acontecer, ainda assim queremos saber como aconteceu!!

    Adorei a resenha!!!

    Bjks

    Lelê - http://topensandoemler.blogspot.com.br/

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  8. Oi Dessa..
    Apesar das ressalvas, eu gostei da história do livro.
    Gosto de investigações e até fiquei curiosa.

    livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

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  9. Oi, Dessa.

    Nunca li um livro policial, sei lá. Não me agrada muito esse gênero. Gostei da sua resenha no geral, é ruim quando a gente fica pensando que poderia o livro ter sido melhor em algumas partes. Amo finais que deixam o leitor pensando, quem sabe depois não dou uma chance para esse livro.

    Visite: http://paradisebooksbr.blogspot.com.br/

    Beijos.

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    1. Sério?? :O Eu adoro o gênero ♥♥

      Dê uma chance sim! Você vai viciar. rs

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  10. Adoro um livro policial, eu prefiro ir tentando desocbrir quem é o assassino mas mesmo ja sabendo quem é, não parece ser ruim,
    eu adoro livros deste genero, mas não gosto quando os finais ficam em aberto..acho isso falta de respeito com o leitor, eu comprei o livro fechado..não a continuação..
    beijos.

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    1. Não é ruim mesmo, só ficamos na angústia de que ele seja pego logo rsrs
      Pois é, uma pena ficar em aberto assim ;/

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  11. Que capa e que nome legal u-u
    Não tive oportunidade de ler muitos livros policiais, mas quero ler alguns e esse parece ser muito bom rs

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  12. Oi Dessa!
    Faz um tempinho que eu não leio um romance policial, deu até vontade de ler um agora. Não acho que falar o assassino logo de cara seja ruim não, não é toda história policial que precisa se manter naquela coisa de suspense de quem é o culpado. Saber quem é o assassino é até legal pois dai a gente conhece mais ele, fica pensando como ele vai ser pego. Achei esse livro bem interessante.

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    1. Realmente, é isso que eu penso. Porque daí ficamos focados em ele ser pego logo, e também sabemos mais de seus motivos. Claro que eu prefiro aqueles que dá para fazer várias suposições de quem é o assassino. rsrs

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  13. Oii
    Eu gosto bastante de romances policiais, e esse tem uma estrutura diferente mesmo. Interessante. A capa já chamou minha atenção e gostei das manias do assassino, fiquei curiosa sobre o passado dele. É uma pena que a equipe policial não agradou tanto, eu gosto de gostar de policiais! Kkkkk Se a oportunidade aparecer, vou ler e ver o que acho!
    Beijos

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    1. Pois é, normalmente eu adoro os investigadores, mas não foi o caso aqui. rsrs :/
      Leia mesmo! *-* é uma leitura bem fluída!

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