segunda-feira, 25 de julho de 2016

[Resenha] Mortos entre vivos

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Autor: John Ajvide Lindqvist
Páginas: 360
Editora: Tordesilhas
Estocolmo, Suécia, 13 de agosto de 2002. Seria mais um dia normal na capital do civilizado e pacato país com um dos melhores IDH do mundo, não fosse uma "epidemia" de cefaleia e o estranho comportamento dos aparelhos eletrônicos: eles simplesmente não desligam, mesmo quando desconectados da tomada. Prenúncio de fenômeno ainda mais extraordinário: os mortos revivem - inclusive os falecidos até alguns meses antes. De repente, eles se movem, andam, deixam as câmaras de refrigeração dos hospitais, falam (ou balbuciam algumas palavras, como crianças) e podem ser ouvidos arranhando a tampa de suas urnas funerárias, nos cemitérios.



Quando eu vi o título desse livro pensei na hora: ZUMBIS! Porém, me decepcionei um pouco quando entendi que não seria uma história daquelas de apocalipse zumbi sangrentas e nem de sobrevivência. Passado o sentimento de 'fui enganada!', consegui me ater ao que o autor queria passar ao leitor com sua história, e foi possível gostar do desenvolvimento. O que mais me empolgou contudo na trama foi a narrativa: o autor traz o ponto de vista de mais de um personagem, nos mostrando suas histórias e como o fatídico dia em que os mortos acordaram alterou suas vidas e convicções.

A história é ambientada na Suécia, e aparentemente era para ser um dia normal, tirando o calor extremo. Porém, o estranho acontecimento é quando ninguém consegue desligar os aparelhos eletrônicos. Há uma eletricidade no ar, quase palpável, e quando essa sensação passa os mortos voltam à vida. Milhares de revividos, porém, eles não são do tipo que come cérebro, é quase como se fossem só uma casca, sem consciência ou sentimentos. 

A narrativa é intercalada entre três famílias: todas sofreram uma perda e a volta de seus entes queridos irá colocar na mesa questões como fé, religião e ciência. É incrível acompanhar cada uma dessas famílias, a sensação é de que os mortos são apenas um pano de fundo para o que realmente importa: os vivos. 

Eu achei que seria uma leitura arrastada por conta da quantidade de páginas, mas me enganei. A obra tem vários capítulos e a escrita do autor é bem envolvente. Foi uma leitura fluída e que aos poucos foi me conquistando. Mesmo tendo gostado da maior parte, não sei se eu recomendaria essa obra para qualquer um. É aquele tipo de livro que é preciso ler com a mente aberta para entender suas peculiaridades. 

Mortos entre vivos não chega a ser um livro de terror daqueles que quase matam o leitor de susto, mas eu confesso que há alguns momentos bem intensos e cheio de suspense. O final pode ter sido conclusivo, mas confesso que me decepcionou um pouco. Eu queria ter tido explicações melhores de como tudo aconteceu e dos revividos, mas algumas respostas ficam no ar.

Foi uma história bem diferente do que eu já li do gênero, porém, eu esperava um pouco mais. E não é nem pelo fato de não ter sido uma história que eu esperava, com zumbis comendo gente e tudo o mais. Mas, para o enredo proposto senti falta de um pouco mais de ação ou terror talvez, sabe? No entanto, consegui apreciar a leitura e quero conhecer outras obras do autor.

9 comentários:

  1. Olá!
    A sinopse também me enganou até eu começar a ler sua resenha e perceber o quanto a leitura parece ser bem diferente do que imaginei.
    Adoro histórias de zumbis, e mesmo não sendo sangrenta, me interessei por esta. Principalmente para descobrir qual foi a mensagem que o autor quis passar.
    Entrou para a lista.
    Beijos.

    Li
    Literalizando Sonhos

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  2. Andressa, eu não curto terror e nem zumbis...
    Confesso que também preferia que a história fosse sobre zumbis, mas o pano de fundo dos mortos voltando a vida é interessante, principalmente para saber como mexe com os vivos.

    Lisossomos

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  3. Credoooo!!! Olha não sou muito fã de livros assim não. Acho que se ele fosse de zumbins ia odiar mais ainda. Mas você mencionou no incio da resenha que não era. Gostei da sua resenha mas não curto muito o gênero. Prefiro romances que me fazem chorar litros. rsrs...
    Bjss

    livrosemarshmallows.blogspot.com.br

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  4. Oi tudo bem?
    Menina do céu, não dá pra ler esse livro! Não curto esse tipo de livro de jeito nenhum. Zumbis não é pra mim, deixo para o meu noivo! haha Amei sua resenha, já mostrei pra ele e ele curtiu junto comigo mais realmente não é minha praia..meus romances não deixam..Beijinhos.
    http://followyourdreamalways.blogspot.com.br/

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  5. Oi Dessa, sua linda, tudo bem?
    A discussão sobre fé, religião e ciência, a partir desse fenômeno, chamou minha atenção. Será difícil para essas pessoas que estão sofrendo a perda, mas ter a pessoa de volta, dessa forma, não é válido, até porque, acredito que foi apenas um fenômeno, não irá durar. Mas confesso, que o livro em si não chamou muita a minha atenção, esse final me desanimou. Gostei muito da sua sinceridade. Sua resenha ficou ótima Dessa!!!
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  6. Olá Andressa!
    Não conhecia o livro e o autor, mas a obra não me chamou a atenção. Acredito que é pelo fato de nunca ter lido livros de terror e ter um pouco de medo da narrativa. Bom, mesmo o livro não sendo tudo que você esperava e sabendo que tem momentos bem intensos, é uma leitura que não vou apreciar.
    Beijos.

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  7. Olá tudo bem???
    Adorei sua resenha, mesmo você se sentindo enganada terminou o livro e gostou, adorei o título desse livro e a premissa, com certeza vou anotar a dica de leitura!!!
    Beijus
    www.bibliotecaempoeirada.com.br

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  8. Oi Dessa!
    Eu também pensaria em zumbis e teria a mesma reação/decepção que você rs. Mas fiquei curiosa pra saber do que se trata a história exatamente já que não é sobre nossos queridos mortos vivos "normais" rs

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  9. Olá,
    Mortos entre Vivos não foi um livro que me chamou muita atenção. Esse tema é um tema cansativo para mim, por ter diversos livros abordando isso. Porém, aparenta ser diferente apenas porque a questão dos mortos faz pensar sobre os vivos e isso eu achei interessante. Porém, não sei se leio.
    Beijos,
    Delírios Literários da Snow

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