sábado, 9 de julho de 2016

[Resenha] Náufragos, traficantes e degredados

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Autor: Eduardo Bueno
Páginas: 176
Editora: Estação Brasil
Série: Brasilis, 2
Os anos mais desconhecidos da história do Brasil são justamente aqueles que se estendem da descoberta de Cabral, em abril de 1500, à expedição de Martim Afonso de Sousa, em 1531. Repletas de drama, ação e aventura, essas três décadas não são apenas as mais misteriosas, mas também as mais intensas e movimentadas.
Tudo isso graças aos incríveis personagens que acabaram definindo os rumos da colônia: os náufragos, traficantes e degredados. A partir de diários de bordo, narrativas de viagem e fragmentos de cartas, este livro busca resgatar a trajetória pessoal desses homens de reputação sombria e origem enigmática, à margem da história oficial. Embora tenham vivido além dos limites, além da lei e aquém da ética, eles foram os primeiros brasileiros – no sentido literal da palavra.  Passados 500 anos, é chegada a hora de náufragos, traficantes e degredados recuperarem o papel que desempenharam na construção do Brasil, ao conseguirem se aliar aos índios e conquistar poder político, intermediando o comércio com potências europeias. Este é o segundo volume da coleção Brasilis, que alcançou a marca de 1 milhão de exemplares vendidos e inaugurou um estilo leve, crítico e divertido de contar a história de nosso país.


Claramente, esse livro da história do Brasil foge um pouco dos gêneros resenhados aqui no blog, mas, ao mesmo tempo, atende a um gosto pessoal meu. Não necessariamente pela descrição de fatos históricos, mas assim como toda ficção usada em re-contos das histórias bíblicas, eu aprecio muito os detalhes, os sentimentos e as emoções. E essas coisas certamente você não encontra nas narrações bíblicas ou nos livros de história da escola.

E é claro que na obra em questão, não é possível encontrar uma narrativa mais dramática e rica em sentimentos, pois se trataria de uma obra ficcional, mas com certeza, o trabalho de pesquisa dos historiadores e a citação de cartas, diários de bordo e documentos históricos que podem ser conferidos ao final do livro criam um linha do tempo com personagens, além de reais, também mais humanos aos olhos do leitor, ao invés de simples figuras históricas. 

Como já fazem mais de dez anos que eu conclui o ensino médio, pesquisei livros didáticos de história antes de escrever essa resenha e os livros pulam sim, um período de trinta anos, entre o descobrimento, em que é resumido a exploração do pau-brasil, e o efetivo início da colonização em 1531.

Mas, como descrito na sinopse de Náufragos, traficantes e degredados, ele vai esclarecer o que aconteceu nesse espaço de tempo. Vai nos mostrar os motivos de Portugal levar tantos anos antes de finalmente investir na colonização do Brasil, as disputas com a Espanha e as invasões de exploradores europeus, além de algumas mini-biografias de alguns desses importantes personagens para nossa história e posso afirmar que a história em si, é bem mais movimentada do que nos contam os livros didáticos. 

No entanto, ainda é um livro de história, e apesar disso, tenho certeza de que esse é um leve que agradará qualquer leitor que tenha interesse no assunto. Mesmo que não se trate de um romance, por exemplo, que pode ser lido de uma vez, tornou as minhas viagens de ônibus ao trabalho certamente mais interessantes e instrutivas.

7 comentários:

  1. Oi Ana!
    Não conhecia o livro, amei sua resenha e fiquei super interessada em ler! Amo história e sobre a História do Brasil especificamente, sou um pouco leiga. Quero muito ler! Valeu pela dica! Bj
    http://colecionandoromances.blogspot.com.br/

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  2. Olá Andressa, essa é uma temática que muito me interessa. Eu curso Letras, e estudando a história da nossa língua, há a necessidade de se estudar a história da nossa nação junto, e eu fico encantada com cada detalhe que nos foi oculto no tempo escolar.
    Já li alguns dos livros do Laurentino Gomes, que conta a História do Brasil de 1800 pra cá, e eu gostei muito. O livro que você indicou me chamou muito a atenção, exatamente por contar sobre uma época "perdida" nos registros. Vou procurar e pesquisar mais sobre a obra.
    Abraços.

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  3. Não costumo ler livros do gênero, mas claro que estou sempre aberta a novas oportunidades e tenho certeza de que iria gostar, afinal, história era a minha matéria preferida na escola...

    Bj, Van - Retrô Books
    http://balaiodelivros.blogspot.com.br/

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  4. Oiii!!

    Eu confesso que esse estilo de obra não me conquista . Maaaas eu acho que é necessário e preciso aprender um pouco mais sobre cada parte da história.
    Gostei de conhecer um pouco mais do livro
    Beijinhos

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  5. Oi Ana, sua linda, tudo bem?
    História e literatura eram minhas matérias preferidas na escola. Achei incrível a proposta do livro contar um período por muitos desconhecido. E essas cartas, dia´rios de bordo, só enriquecem a leitura e despertam mais o meu interesse. Dica mais do que anotada. Gostei muito da sua resenha!!!
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  6. Olá Ana!
    Amo história do Brasil e nunca tinha ouvido falar a respeito desse livro. Depois da sua resenha, fiquei com vontade de conhecer um pouco mais esse período das primeiras expedições. Apesar de não ter lido nenhum livro assim, gostaria muito de dar uma chance para a leitura, vai ser um grande aprendizado.
    Beijos.

    Um Rascunho a Mais

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  7. Apesar de estar sempre aberta a novos tipos de leitura,
    creio que não leria esse, pois além de não fazer meu gênero não chegou a chamar minha atenção de forma alguma, nem em conteúdo e nem a capa. Por isso vou passar essa dica. Mesmo assim não descarto a possibilidade de leitura em definitivo. Quem sabe em um outro momento consiga ver o livro com outros olhos, né?

    Abçs
    Nosso Mundo Literário

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