[Resenha] A protegida

Autora: Lisa Kleypas
Páginas: 288
Editora: Gutenberg
Série: The Travis family, 1
Liberty Jones é uma garota determinada, mas em sua vida pobre e difícil não há espaço para que ela consiga vislumbrar seus sonhos sendo realizados. Seu único consolo é a amizade e o amor que nutre por Hardy Cates, um jovem que possui ambições grandiosas demais para ficarem enterradas na pequena cidade de Welcome. Apesar da atração irresistível que pulsa entre os dois, tudo o que Hardy não precisa é de alguém para atrapalhar seus planos de sucesso, e ele a abandona no momento mais difícil de sua vida: quando a mãe de Liberty morre tragicamente em um acidente; deixando um bebê para ela criar. Mas a vida traz grandes surpresas e Liberty se vê sob a tutela de um magnata bilionário, que irá oferecer muito mais do que proteção à irmã e a ela, mas também revelará uma forte ligação com o passado obscuro da família de Liberty. O que Liberty não espera é ter de lidar com Gage Travis, o filho mais velho do magnata; o rapaz não aprova a presença dela em sua casa e fará de tudo para afastá-la de sua família... Gage apenas esquece de também mantê-la longe de seu coração.

Quando eu recebi a proposta da Gutenberg de resenhar o lançamento A protegida, da Lisa Kleypas, não pensei duas vezes ao aceitar. Primeiro porque nunca havia lido nenhum romance contemporâneo da autora, apesar de a conhecer pelos seus famosos romances de época, segundo porque é impossível não se surpreender com tantos elogios às obras dela. A protegida é um livro carregado de sentimentos, a autora narra tudo detalhadamente, o que parece deixar a história mais longa, e ainda mais envolvente. Essa foi minha segunda experiência com a Lisa, e já quero muito conhecer mais livros dela. 

Liberty perdeu o pai quando ainda era muito pequena. Precisou morar com a mãe em um trailer, e ver a cada ano ela se relacionar com homens de qualquer tipo, sem nunca amar nenhum. Já no início percebemos que é uma vida difícil, mas neste acampamento de trailers, Liberty acaba descobrindo amizades e um amor maior do que tudo o que já sentiu na vida: Hardy é mais velho que ela, mas isso não a impede de sentir o que sente por ele. Hardy é alguém que se pode contar para qualquer coisa, e antes de tudo, há uma grande amizade entre os dois.

Enquanto tenta aceitar que o garoto que ela ama tem ambições maiores, como sair da cidade e ficar bem de vida, e que não a incluem, Liberty descobre que sua mãe está grávida, ela vai ganhar uma irmãzinha. Sua felicidade é imensa, e quando enfim a garotinha nasce, seu amor por ela é maior que tudo. O relacionamento dela com a irmã é quase maternal, o que parece deixar sua mãe um pouco chateada, mas, é impossível não se alegrar com todo o carinho e dedicação que Liberty dispensa à irmã. Como se a vida já não fosse difícil, a mãe de Liberty morre em um trágico acidente de carro, a deixando sozinha com uma criança para cuidar. É então que ela precisa mudar sua vida e dar um jeito de trabalhar para sustentar e proteger a irmã. 

É muito linda essa parte, vemos todo o sacrifício que Liberty precisa fazer para poder criar uma irmã que é quase sua filha, apesar de ela também ainda ser uma criança. Acompanhamos seu amadurecimento, tanto como mulher quanto como pessoa. A vida foi dura com ela, mas não a impediu de seguir em frente e tentar dar o melhor para ambas as garotas. Liberty tem garra, e a admirei muito por isso.

Às vezes a vida tem um senso de humor cruel, entregando-lhe aquilo que você sempre quis no pior momento possível.

A segunda parte do livro tem a família Travis, que dá nome a série The Travis Family, onde Liberty acaba se aproximando do milionário Churchill Travis, nada romanticamente, percebemos o carinho que um nutre pelo o outro e a confiança. E é este senhor que irá mudar sua vida para melhor. Essa nova mudança a deixa perto de Gage, filho mais velho de Churchill, que faz de tudo para mostrar o desagrado de sua presença. É óbvio que tanto ódio só poderia virar em algo a mais...

A protegida pode não ter uma leitura tão fluída, mas é impossível não querer descobrir o que mais vai ocorrer na vida de Liberty. Cada momento é uma surpresa, alguns nos deixam tristes, outros nos fazem ficar alegres. A autora escreveu uma história bastante sensível e dramática. Me senti lendo a história real de alguém. Porém, assim como na vida de Liberty nem tudo são flores, não gostei da forma que Lisa retratou um certo personagem no final. Eu achei desnecessária a mudança de caráter de alguém que me pareceu sempre muito bom. Não concordei, e foi a única parte que me decepcionei. Fora isso, foi uma leitura maravilhosa, mal posso esperar pela continuação!

A capa está muito bonita, combina bastante com a trama, e a edição impecável também. Agradeço à editora pela oportunidade de ler um romance tão envolvente e bem escrito. Recomendo!