[Resenha] O céu noturno em minha mente

Autora: Sarah Hammond
Páginas: 288
Editora: Galera Júnior
Mikey Baxter tem 14 anos, mas muitas coisas o diferenciam dos outros garotos da sua idade. Para começar, o pai está na prisão e a mãe se recusa a falar sobre o assunto. Ele sabe que, de alguma forma, isso está ligado à cicatriz em sua cabeça e ao fato de ele parecer ter mais dificuldade em entender certos assuntos do que os outros. Quando um misterioso assassinato ocorre em sua cidade e Mikey é o primeiro a chegar à cena do crime, ele não sabe o que pensar. O que o levou até ali? Quem teria matado o morador de rua da cidade, que parecia nunca ter feito mal a ninguém? E quem era o homem caipira que estava nos arredores?

Quando eu vi a obra entre os lançamentos do mês passado fiquei bastante ansiosa para ler, pois adoro tramas com assassinatos a serem desvendados, e o que mais me interessou também foi o fato de o livro ser infantojuvenil. Com certeza fiquei curiosa, e mal podia esperar para iniciar a leitura. E bem...

O céu noturno em minha mente é um livro peculiar, e eu confesso que não sei dizer se eu gostei ou não. Foi uma leitura diferente, envolvente, mas um pouco confusa. Eu achei a premissa interessante, e a narrativa da autora bastante criativa, dando tom ao personagem principal pelo jeito que ele é. Pelo que eu entendi, após um acidente, ele ficou daquele jeito. Mas, ao mesmo tempo fiquei em dúvida se ele já não era assim. Com 14 anos, ele se comporta como uma criança menor, o que dá uma inocência ao enredo e em suas atitudes.

O Pra Trás é minha especialidade: vem como um filme da vida real e me mostra coisas que já aconteceram mesmo que eu não estivesse lá na época. Mas é sempre uma surpresa: nunca sei que parte do Pra Trás virá. Tenho de tomar cuidado e não ir longe demais, porque às vezes há coisas que não quero ver.

Mikey mora apenas com a mãe, pois seu pai foi preso e, desde um acidente, ficou diferente dos outros garotos. Agora ele pode ver o Para Trás, segredos do passado que alguns não conhecem, e que nem ele deveria saber. É em uma dessas passagens que Mikey descobre um mendigo morto no rio. De forma inocente, ele diz que já sabia que esse homem estava morto, o que provoca suspeitas na polícia. Porém, fica provado que Mikey não é o culpado, mas ele sabe bem quem fez isso... Seu pai fugiu da prisão, e ele pode ser a ligação entre a cicatriz que ele tem na cabeça e o crime atual.

Todos os personagens inseridos na trama têm importância, de alguma forma, todos acabam se interligando. E eu gostei bastante disso, de ir juntando os pedaços e descobrindo novos segredos. Mikey, por ser do jeito que é, acaba sendo enganado por algumas pessoas, que até mesmo debocham dele, o que só prova que ele tem um certo atraso mental.

Apesar de ter gostado da história, senti que faltou algo. Não me importo com peculiaridades, desde que me prenda a atenção de alguma forma, e não foi o que aconteceu aqui. Sim, eu fiquei interessada no desenrolar da trama, mas não foi algo que me envolveu completamente. Por isso fiquei na dúvida do que pensar da leitura em si. A história é leve e cheia de mistérios, para quem gosta deste tipo de obra O céu noturno em minha mente é o indicado. Eu adoro este tipo de leitura, então não foi um tempo totalmente perdido, consegui aproveitar e conhecer uma nova autora! A capa é muito bonita, a edição da Galera é sempre fofa demais.