sexta-feira, 18 de novembro de 2016

[Resenha] Para onde vai o amor?

|
Autor: Fabrício Carpinejar
Páginas: 176
Editora: Bertrand Brasil
O amor não é uma propriedade de quem sente, é uma transferência total para quem é amado Você que está vendo este livro com dúvida se precisa dele, você não precisa dele, precisa de si, vive caçando uma palavra que confirme o que deseja, está atrás de um escritor que possa lhe recomendar de volta para quem brigou, com capacidade de explicar o que sente e traduzir seus tormentos. Mas já sabe o que deseja, não há como convencer do contrário, os amigos mostraram que seu relacionamento não tem futuro. Não acredita neles, acredita somente no milagre. E como justificar um milagre, ainda mais para quem não tem mais fé? Eu entendo o que está passando: sua raiva, sua amargura, seu cinismo, seu desencanto. Percebeu que a razão não conforta, que a vingança ou o perdão não ressuscita a tranquilidade, que o fundo do poço nunca se equivale ao nosso fundo. Você parece normal, mas todo mundo deixa de ser normal quando se apaixona e se separa. Se sua expectativa é por uma solução, eu guardo apenas uma certeza que trará alívio mais adiante: você não vai desistir. Quando diz que acabou a relação, é que está procurando um outro jeito de recomeçar. Em seu novo livro de crônicas, Carpinejar apresenta 42 textos que sobre amor, desilusão amorosa, casamento, divórcio, saudade e outros sentimentos que compõem os relacionamentos. • Novo livro de crônicas do autor gaúcho.

O nome Fabrício Carpinejar já me é familiar há bastante tempo, afinal ele é gaúcho como eu, é cronista em um dos principais jornais do Rio Grande do Sul e minha irmã é muito fã, tanto dos livros dele, quanto dele como personalidade pública. Admito que tudo que conheço do trabalho dele se resume a duas ou três crônicas do jornal, e nunca simpatizei especialmente com ele, prefiro as crônicas de Luis Fernando Veríssimo e Martha Medeiros, também cronistas da Zero Hora. Então para fins de resenha, considero esse livro como meu primeiro contato com o autor, que na minha opinião escreve muito sobre sentimentos para um homem – e isto não é uma critica, apenas minha opinião pessoal.

O livro contém quarenta e duas crônicas sobre o amor, que em geral, são de alguém que sente ao extremo. Em alguns textos o autor é encantador com as palavras, às vezes parecia que estava lendo poesias sem rima de tão enternecedores, já em outros textos, parecia que estava lendo um ditador escrever sobre o amor, expondo sentimentos e pensamentos que não quero acreditar que realmente sejam os sentimentos e pensamentos da maioria das pessoas que passaram por um rompimento doloroso.

Durante a leitura, resolvi pesquisar um pouco mais sobre o autor e descobri que segundo a Wikipédia o mesmo é do signo escorpião, e o próprio autor me confirmou através do facebook. E segundo esse site que descreve o lado sombrio de cada signo, o problema é que o escorpião é muito intenso, então tudo tem um sentido muito profundo.

Admito que no começo da leitura peguei implicância com o autor, mas depois percebi que não é possível existir uma medição aceitável dos sentimentos, cada um sente do seu jeito, e junto com o livro veio uma mensagem do próprio autor dizendo que esse livro não é um GPS para romance, mas um testemunho, para você se sentir menos perdido e culpado por não largar aquela pessoa que lhe incomoda. Aquela pessoa irritante. Aquela pessoa insuportável. Aquela pessoa chata. Aquela pessoa odiada pela sua família. Mas justamente aquela pessoa que você inventou de amar. E isso mudou um pouquinho minha percepção do livro.

Esse livro não despertou minha curiosidade para o restante das obras do autor, e certamente será doado para a minha irmã. Mas certamente, para aqueles que sofrem de um amor perdido, podem se valer do livro, para não experimentarem sozinhos seus sentimentos tão conflitantes quanto comuns a alguém em um luto amoroso.

3 comentários:

  1. Oi Ana, tudo bem?
    Então conheço o nome do autor e já o vi algumas vezes no programa da Fátima Bernardes, mas os livros dele nunca despertaram a minha atenção de fato, pois assim como você acabo dando preferência para outros cronistas. Provavelmente irei procurar algumas crônicas dele para ter uma ideia da escrita dele, para então decidi se irei ler ou não. Obrigada pela dica!
    Beijos

    ResponderExcluir
  2. Para mim as crônicas do autor são sentimentos intensos e cumprem bem o seu papel de atingir o leitor e o fazer sentir - mesmo que seja o contrário do que ele. E por isso eu o adoro. acho que tem que em alguns momentos a gente precisa ler coisas super intensas até para ajudar a definir os nossos, mas entendo bem o que você quer dizer do livro.
    Eu adorei esse livro - e muitas crônicas me acertaram lá no fundo, mas um outro livro do autor não me fez ficar/sentir da mesma forma...
    Também acho que é a leitura é muito afetada pelo nosso atual momento, e isso também interfere no nosso gostar ou não...
    Beijinhos,
    Lica
    Amores e Livros

    ResponderExcluir
  3. Oi Ana.

    Não conheço o autor, mas sabendo que o livro contém quarenta e duas crônicas sobre o amor, eu fiquei com interesse em conhecer a escrita do autor. Apenas não gostei muito da capa, mas como você mesmo disse " cada um sente do seu jeito", eu terei que conferir e tirar minha próprias conclusões.

    Bjos

    ResponderExcluir