[Resenha] Amazônia - Arquivo das almas

Autor: Paul Fabien
Páginas: 332
Editora: Isís
Em um futuro não muito distante um casal de oficiais, Vitã e Helena, participam de várias campanhas militares. Em todas as oportunidades lutam para defender a grande floresta Amazônica. Eles não imaginam que uma nova missão irá lançá-los na mais espetacular e perigosa das aventuras. O grande enigma começaria dentro da Amazônia, um lugar inóspito e assustador repleto de mistérios e grandes perigos. Após vários confrontos se deparam com as cavernas de Abisinia, na Colômbia, onde encontram a origem do verdadeiro mal e descobrem antigos segredos gravados em inscrições cuneiformes, registradas por outras civilizações pré-diluvianas.

Eu simplesmente adoro livros de ficção científica! Mas não é só ser do gênero e, pronto, gostei, não. A história tem que ser bem desenvolvida, tem que ter elementos criativos, pode até ter algo já visto em outras histórias, mas tem que ter sua identidade própria. E foi o que o nosso autor parceiro fez, uma ficção científica totalmente original, pois se passa na Amazônia, onde ele utiliza da cultura do país, mas em uma época futura, com tecnologias extremamente avançadas. Eu sinceramente não sei porque não havia lido a obra antes, pois desde o início a trama me chamou a atenção, mas foi passando o tempo e... Demorei séculos para ler, e me arrependo, pois a leitura foi sensacional do início ao fim.

Na realidade, o início é bem introdutório, então pode ser que não empolgue em um primeiro momento qualquer um, mas posso dizer que a escrita do autor é bem fluída, e essa primeira parte foi lida rapidamente, Paul consegue ambientar bem o leitor em seu enredo, mesmo com algumas tecnologias diferentes. Eu achei incrível a história se ambientar na Amazônia, a partir disto o autor criou algo totalmente empolgante e bem desenvolvido. É tudo muito detalhado, mas não daquele jeito que cansa o leitor, são informações importantes para o entendimento da trama, e que são fáceis de imaginar.

Os militares estão instalados na Floresta Amazônica a fim de defender o local. Lá eles possuem diversas armas de guerra, caso necessário. A missão de Helena e Vitã é descobrir o que as pessoas que atacam a floresta querem. E onde se escondem. O que eles descobrem muda todo o percurso da história, e é aí que as coisas começam a ficar emocionantes. Eles percebem que o vilão possui escravos para seus planos, e que fazem animais com mutações genéticas virarem verdadeiras armas de guerra. O perigo está cada vez mais próximo, e é preciso defender a floresta, e não deixar eles pegarem algo muito importante que eles necessitam.

Você ironiza! Seu império é sanguinário. Não vê que eles adoram deuses malignos e não ligam para a vida de inocentes? Estão fazendo tudo errado, como faziam os antigos. Saia desse meio enquanto há tempo!'

Estou sendo bem vaga, pois é difícil falar da história em si sem contar algum spoiler. A narrativa tem muitas reviravoltas, embates e segredos revelados. Há traidores dentro da base na Amazônia, e é impossível saber em quem confiar. O mais difícil também é tentar entender de onde o perigo está vindo. O autor criou um enredo com um ritmo frenético. É impossível querer largar a leitura.

Vitã e Helena têm um relacionamento conturbado, mas com o tempo aprendem a confiar mais um no outro e acabam se tornando próximos. Gostei que o autor fez o relacionamento deles começar gradativamente, sem nenhuma pressa, afinal, eles estão em uma guerra praticamente, não há tempo para romances bobos. Ponto para o autor em deixar isso em segundo plano.

Amazônia - Arquivos da alma tem muito mais do que eu simplesmente contei. Mas, só lendo para entender tudo e descobrir esta história incrível que o autor criou. Gostei bastante do desenvolvimento, e o final deixou um espaço para uma possível continuação. Também curti bastante toda tecnologia inserida. A edição é em folhas brancas, mas a fonte tem um tamanho tão bom que dá para relevar isso. A capa combina bem com o enredo. Recomendo a leitura!