[Resenha] Uma canção de ninar

Autora: Sarah Dessen
Páginas: 352
Editora: Seguinte
Remy não acredita no amor. Sempre que um cara com quem está saindo se aproxima demais, ela se afasta, antes que fique sério ou ela se machuque. Tanta desilusão não é para menos: ela cresceu assistindo os fracassos dos relacionamentos de sua mãe, que já vai para o quinto casamento. Então como Dexter consegue fazer a garota quebrar esse padrão, se envolvendo pra valer? Ele é tudo que ela odeia: impulsivo, desajeitado e, o pior de tudo, membro de uma banda, como o pai de Remy — que abandonou a família antes do nascimento da filha, deixando para trás apenas uma música de sucesso sobre ela. Remy queria apenas viver um último namoro de verão antes de partir para a faculdade, mas parece estar começando a entender aquele sentimento irracional de que falam as canções de amor.

Depois de ler Os bons segredos, da Sarah Dessen, eu fiquei muito empolgada quando soube do lançamento de Uma canção de ninar. Como eu gostei muito do outro livro da autora, minhas expectativas por essa nova história estavam lá em cima. E talvez por isso acabei me decepcionando. Sim, a trama é envolvente, o drama é bastante vívido, porém, eu esperava mais. Esperava situações mais emocionantes, uma carga dramática maior e com mais profundidade, mas infelizmente não senti nada disso na leitura. É uma história boa e fofinha, mas que não mostrou tanto.

Remy está acostumada com os relacionamentos fracassados da mãe, e talvez por isso tenha se fechado para o amor. Ela se impôs algumas regras, depois de 'não namorar músicos' vem 'não deixar ficar muito sério'. Seus relacionamentos são superficiais, e ela não se importa de ter uma fama nada boa. Quando ela encontra Dexter, um músico, que é tudo o que ela mais odeia, sua vida toma um rumo totalmente diferente e inesperado. Dexter é atrapalhado, e bem o contrário da maioria dos mocinhos, ele não é tão lindo nem nada, mas é divertido e tem uma personalidade cativante.

O relacionamento de Dexter e Remy começa de forma leve, divertida e inusitada. Mais inusitado é o rumo que a autora dá para os dois. Pensei muito que iria seguir para um lado, mas a autora dá um jeito de contornar isso e colocar um pouco mais de drama na situação toda. Essa é uma história que mostra sobre relacionamentos, amizades e decepções. Remy foi muito decepcionada por seu pai, que largou a mãe grávida - dela -, e acabou nunca o conhecendo. Apenas o que ficou de 'lembrança' foi uma música que o pai fez para a filha, mas que não é nenhum consolo, pois sua letra é a seguinte:

"Aonde quer que vá. Vou te decepcionar. Mas esta canção vai continuar a tocar..."

Apesar de ter sentido uma certa decepção em relação a trama, foi uma leitura bastante leve e fácil. Eu gostei de o enredo mostrar que nem sempre o amor é simples, e que ele pode vir da forma mais absurda e por alguém impossível de acreditar. Remy tentou por tanto tempo se fechar para os sentimentos bons que acabou não sabendo diferenciar o que ela precisava do que não faria falta em sua vida. E esse é um dos momentos que precisamos, ou nos jogar de cabeça nas aventuras e relacionamentos que a vida nos traz, ou saber o que realmente não podemos deixar escapar para conseguirmos ser feliz.

Um dos pontos altos do livro são as amigas de Remy, uma mais insana que a outra, com personalidades totalmente diferentes, mas com uma lealdade surpreendente. Eu gostei muito delas, e eu acho muito válido se a autora escrevesse um livro para cada uma, pois aparentam ter uma história de vida bem interessante.

Uma canção de ninar não é um livro ruim, apenas nos faz sentir falta de uma profundidade maior, algo que nos faça ter sentimento contraditórios, no entanto, o drama é desenvolvido de forma rasa. A escrita da autora é excelente, ela sabe como pegar o leitor de jeito, e isso por si só já é um ponto que me fez apreciar o livro do jeito que ele é. Se você nunca leu nada da Sarah, eu sinceramente não recomendo iniciar por essa obra. Agora para quem já é fã da autora, não vá com muita sede ao pote como eu fui, rsrs.