[Resenha] O paraíso dos desafortunados

Autora: Amanda Hernández Marques
Páginas: 134
Editora: Chiado
Em uma vila esquecida e isolada do resto do mundo, crianças começam a desaparecer. Julie White é uma delas.Julie nunca foi especial. Sempre foi a única "anormal" da família, e poucos a aceitavam pelo que era: uma sem-poderes. Todas as pessoas da vila tinham dons especiais, e não muitas pessoas eram como Julie, mas quando ela desaparece, todos na vila percebem.
Enquanto Julie está presa no Paraíso dos Desafortunados, onde as pessoas se transformam, Ben White, seu irmão, se junta a Adam Moore, o xerife local, para procurarem a jovem.
E nessa busca, o que Ben descobre abala completamente aquela comunidade pacata.
Eu o desafio, leitor, a definir os heróis e os vilões, pois nem tudo parece ser o que é e há sempre dois lados de uma mesma história.

Quando eu solicitei O paraíso dos desafortunados, da Chiado Editora, confesso que o que mais me chamou a atenção foram a capa e o título. Eu fiquei realmente intrigada para conhecer a trama, e finalmente li a obra! Ela é tão curtinha que eu nem sei por que não tinha iniciado a leitura antes. A trama é muito interessante, com um ar de mistério daqueles que envolvem o leitor até a última página, porém, senti que a autora não aproveitou muito o enredo. E eu acho que ter poucas páginas contribuiu para isso, pois acabou sendo uma história rápida e com pouco desenvolvimento.

Na vila onde mora, Julie é considerada a anormal por não ter nenhum poder. Sua família toda tem, mas ela acabou sendo uma das únicas que não possui nenhum dom especial. Ela acaba sofrendo muito ao ter que aturar piadinhas por conta disso, além de ficar com inveja dos poderes das outras pessoas. Ela bem que queria ficar invisível, seria legal não é? 

Certo dia uma criança desaparece. E no outro dia mais outra... O que elas têm em comum? Nenhuma delas tem poder também. Algo curioso, mas que pode ser uma pista para pegar quem está sequestrando-as. Julie em certo momento acaba sendo uma dessas crianças, e é então que o leitor começa a entender melhor porque alguém iria sequestrar crianças sem poderes.

Como eu disse, a premissa é muito interessante e tem uma pegada bastante intensa, porém, foi desenvolvida de forma superficial, o que pode ter deixado a leitura rápida, mas pouco atrativa. Mesmo assim eu gostei do contexto e de a autora mostrar uma visão diferente dos motivos do criminoso. 

O final é um daqueles mágicos e fofos, que você gosta bastante de como terminou, então nessa parte eu fiquei satisfeita, eu acho que não teria um final melhor que aquele. Quanto aos personagens, bem, como são muitos é difícil se apegar, a única que temos um contato mais direto das crianças é Julie, porém, outro que se destaca é Ben, irmão de Julie, que ajuda o xerife a procurar as crianças.

O paraíso dos desafortunados tem uma mensagem bela, e de certa forma conseguiu cumprir o proposto. Mas realmente foi uma pena a história ser tão curta. De modo geral eu gostei da leitura, serviu para passar o tempo e intercalar com outras leituras mais densas. Se você gosta de fantasia esse livro é uma ótima pedida.