[Resenha] Subindo pelas paredes

Autora: Alice Clayton
Páginas: 276
Editora: Benvirá
Série: Cocktail, 1
A primeira noite de Caroline em seu novo apartamento é uma promessa de que dias e noites agitados virão. Ela não poderia imaginar que dividiria a fina parede do seu quarto com um cara capaz de deixar uma mulher completamente maluca na cama. Aliás, uma não, Caroline já contou pelo menos três gritos e gemidos diferentes. Conviver toda madrugada com a animação do apartamento ao lado deixa Caroline ainda mais afundada na crise sexual que a acompanha há tempos. Mas ela nem sequer pode imaginar que o vizinho que ela abomina talvez seja o único capaz de lhe trazer de volta seus orgasmos. Em Subindo pelas paredes, Alice Clayton mistura humor, paixão e boas doses de sensualidade, capazes de fazer qualquer uma cair de joelhos e se apaixonar.

Essa foi minha leitura seguinte após Flores, e era exatamente o que eu precisava após uma leitura tão densa psicologicamente. Encaixei na minha lista de leitura enorme, apesar de ter comprado esse livro recentemente porque precisava de um escape, e não me arrependi.

Esse foi um daqueles livros sugeridos por uma amiga que te promete muita risada, em um romance dos mais engraçados e bobo, como eu não lia a tempos, e que me permitiu uma leveza inesperada.

O livro vai nos contar a estória de Caroline, uma designer de interiores que acaba de se mudar, está a tempos sem sexo e mais tempo ainda sem ver orgasmos, os quais ela carinhosamente chama de O. Acontece que logo na primeira noite em seu novo apartamento ela indiretamente conhece seu novo vizinho Simon, através da fina parede que separa seus quartos – aparentemente, o cara é capaz de levar as mulheres a loucura na cama. Mas enquanto de um lado da parede uns se divertem, do outro, os barulhos não deixam a frustrada Caroline dormir.

Aí, às duas e trinta e sete da manhã, me encontrei encarando estupidamente o teto, tentando entender que barulheira era aquela, assustada com o movimento da cabeceira da minha cama.

Depois de algumas noites insones, após ouvir gemidos de mulheres diferentes durante a madrugada, uma Caroline enfurecida confronta o vizinho. E adivinhem? É claro que o homem é um deus grego! E é claro que ela se dá conta tarde demais de que deveria ter vestido algo mais apropriado do que um baby-doll cor-de-rosa para enfrentar o vizinho gato no meio da madrugada. Ela ganha o apelido de garota do baby-doll cor-de-rosa, apelida ele de trepador de paredes e por causa de amigos em comum eles acabam se tornando amigos também, do tipo que cozinham juntos, assistem filmes de terror, e claro, tudo com uma enorme dose de tensão sexual no ar.

Era óbvio: estávamos divinamente atraídos um pelo outro, e, em outro espaço, em outro tempo, o sexo seria em todos os espaços, o tempo todo. Porém ele tinha seu harém, e eu, o meu jejum, sem mencionar que eu não tinha meu O. Continuaríamos amigos, portanto.

Evidentemente a vida sexualmente agitada de Simon, um relacionamento com três “amigas coloridas”, e os orgasmos desaparecidos de Caroline os impede de se aproximarem mais. Logo, o convívio dos dois vai se tornando cada vez mais amigavel e tenso ao mesmo tempo, o que os obriga a tentarem compreender seus sentimentos e resolver a questão.

Então sim, o enredo se torna previsível, como todo romance bobo, mas muito divertido, cativante e capaz de uma leveza surpreendente que me tirou da ressaca da leitura anterior, sem falar dessa capa cor-de-rosa muito fofa. Recomendado!