[Resenha] O quarto dia

Autora: Sarah Lotz
Páginas: 352
Editora: Arqueiro
Em O Quarto Dia, Sarah Lotz conduz o leitor por uma viagem de réveillon que tinha tudo para ser perfeita. Mas às vezes o novo ano reserva surpresas desagradáveis...
Janeiro de 2017. Após cinco dias desaparecido, o navio O Belo Sonhador é encontrado à deriva no golfo do México. Poderia ser só mais um caso de falha de comunicação e pane mecânica... se não fosse por um detalhe: não há uma pessoa viva sequer no cruzeiro.
As autoridades acham indícios de uma epidemia de norovírus, mas apenas descobrem os corpos de duas passageiras. Para piorar, todos os registros e gravações de bordo sofreram danos irreparáveis.
Como milhares de pessoas podem ter sumido sem deixar rastro? Teorias da conspiração se alastram, mas só há uma certeza: 2.962 passageiros e tripulantes simplesmente desapareceram no mar do Caribe.

Este é o segundo livro da autora publicado no Brasil, e apesar de ter o primeiro livro na minha estante, resolvi solicitar e ler esse na frente do anterior. Recentemente fiz uma entrevista para trabalhar em navio, então admito que estou aliviada de não ter sido aprovada. Hahaha.

Apesar da sinopse ir mais para o lado da teoria da conspiração e não revelar praticamente nada, vou tentar dar um gostinho do enredo sem spoiler para atiçar a curiosidade.

A estória é narrada por oito personagens diferentes, um por capitulo – o que pode soar confuso, mas não é, – cinco deles são passageiros e três membros da equipe, sendo eles uma camareira, um segurança e o médico do navio. Um detalhe interessante é que este é o segundo livro de suspense que eu leio recentemente em que os principais personagens envolvidos narram, além do enredo atual, também seus passados obscuros de pessoas perturbadas, que é o que normalmente todos parecem ser nessa categoria de literatura.

O livro começa no quarto e penúltimo dia de cruzeiro com a passageira Madie, que é assistente da celebridade do navio, uma falsa médium que se comunica com os mortos através de guias espirituais, e são esses espíritos que supostamente são falsos e que causam a confusão não somente na estória, mas também na cabeça do leitor. Eu mesma me perguntei algumas vezes se estava entendendo direito, se os personagens estavam sofrendo histeria coletiva ou se o objetivo da autora era me confundir.

Antes de finalizar essa resenha resolvi ler a resenha da Andressa à respeito do livro anterior da Sarah Lotz e concordo em parte com a avaliação dela sobre a escrita da autora. Apesar de que a ideia de teoria da conspiração soa interessante, muitas pontas ficaram soltas, dando mesmo a impressão de que o objetivo do enredo seja “descubra e imagine” – segundo a própria Andressa.

De uma forma geral, o livro é bem interessante sim. Os personagens são profundos e quando a confusão se instaura no quarto dia, o navio fica à deriva com os passageiros e tripulantes todos confusos, com uma pane no motor do navio, todos têm que refazer seus planos e coisas perturbadoras começam a acontecer, tudo instiga para que o leitor queira chegar logo ao final da estória, que não chega a ser um final com respostas claras. Minha recomendação é para aqueles que não se importam em criar sua própria conclusão da estória, mas ainda assim é um livro que tem seu mérito dentro do gênero do suspense e poderia tranquilamente virar um filme, com o diretor e elenco certos, certamente seria sucesso.