sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

[Resenha] Nada

|
Autora: Janne Teller
Páginas: 128
Editora: Record
"Nada importa.” “Você começa a morrer no instante em que nasce.” Pierre Anthon está no sétimo ano e tem a certeza de que nada na vida tem importância. Por isso, ele decide abandonar a sala de aula e passar os dias nos galhos de uma ameixeira, tentando convencer seus companheiros de classe a pensar do mesmo modo. Agora, diante da recusa do menino de descer da árvore, seus colegas farão uma pilha de objetos que significam muito para cada um deles, e com isso esperam persuadi-lo de que está errado.A pilha começa com uma coleção de livros, uma vara de pescar, um hamster de estimação... Contudo, com o passar do tempo, os participantes se desafiam a abrir mão de coisas ainda mais especiais. A pilha de significados logo se transforma em algo macabro e doentio, que coloca em xeque a fé e a inocência da juventude.


Mais um fim de ano tentando dar um último folego a minha meta de leituras pegando na estante um leitura curtinha, 128 páginas e com uma capa fofa. E mais uma vez sendo surpreendida pela capacidade criativa de alguns autores e enganada pela capa que simplesmente não dá a mínima ideia do que se trata o livro.

O enredo do livro informa que se trata da estória desses adolescentes de aproximadamente treze anos que precisam lidar com o colega Pierre Anthon que decide largar a escola, pois chegou a conclusão de que nada na vida importa e passa os seus dias em cima de uma árvore atirando ameixas e gritando aos colegas, tentando convencê-los que é melhor desistir agora, afinal nada tem significado. Isso acaba mexendo com a cabeça desses amigos e para provar que Pierre está errado, decidem juntar em uma pilha objetos pessoais de significado importante a cada um deles.

A primavera só nos lembrava de que em breve nós também desapareceríamos. Levantar um braço era um aviso de que eu o abaixaria em algum momento e ele se transformaria em nada. Sempre que eu sorria e ria, me perseguia o pensamento de quantas vezes eu choraria com essa mesma boca e com esses mesmos olhos até que, um dia eles não se abririam mais, e então, outros ririam e chorariam até serem também colocados sob a terra.

A questão é que a cada item adicionado a pilha, as exigencias deles mesmos vão ficando maiores e itens inimaginaveis são revindicados entre eles, para que a pilha realmente faça sentido, e é aí que o livro me deixou em dúvida. Pois, sim as coisas começam a fugir do controle mas ao mesmo tempo, o significado de cada objeto é sim profundo para cada uma dessas jovens almas.

— O que fede é a decomposição, mas, quando algo está se decompondo está também se transformando em algo novo. E esse novo cheira bem. Por isso, não há diferença se algo cheira bem ou mal; é tudo parte do eterno círculo da vida.

Sim, pensem o pior do trecho acima.

Segunda a orelha do livro, essa é uma alegoria sombria e surpreendente, comparada ao clássico de Willian Golding, O senhor das moscas, e eu concordo. Obviamente que enquanto eu lia, me questionava sobre a capacidade de profundidade de seres humanos de treze anos, mas se bem me lembro, nessa idade também era capaz de reflexões complexas de vez em quando. E apesar da baixa média de idade dos personagens, acima disso eles são seres humanos, e seres humanos podem sim ser bastante imprevisíveis e capazes de atitudes chocantes em situações inesperadas.

Sem mais, minha avaliação no Skoob ficou em quatro estrelas, e só recomendo. Ponto final.

7 comentários:

  1. Fiquei um pouco confusa com a história, mas ao mesmo tempo parece interessante.
    Os questionamentos dos adolescentes são interessantes porque ainda não houve aquele enfrentamento com a realidade da vida adulta.

    Beijos

    ResponderExcluir
  2. Não conhecia o livro. Ele parece ser um livro bem reflexivo, com bastante questionamentos!

    ResponderExcluir
  3. Ana!
    Acredito que essa idade é fase de transição e muito do que é feito e pensado, é por influência da 'tchurma' em que se anda...
    E o mais perigoso, é porque é justamente nesse período onde se tem a formação do caráter.
    Deve ser uma leitura esclarecedora.
    Bom final de semana e FELIZ NATAL!
    “Celebrar o Natal é crer na força do amor, é isto que transforma o homem e o mundo. Feliz Natal!” (Desconhecido)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA dezembro 3 livros + 2 Kits papelaria, 4 ganhadores, participem!

    ResponderExcluir
  4. Oi
    Olha, fiquei meio perdida tanto na sinopse, quando na resenha, principalmente com esse quote sobre decomposição, e também curiosa para saber o que significa. Fora a confusão parece ser uma ótima leitura.
    Bjs

    ResponderExcluir
  5. Olá!
    Que livro interessante.
    Apesar de ser pouca páginas dar para aproveitar de uma ótima leitura. Gostei muito da história, tem uma premissa muito boa e gostosa de ler, fiquei bem curiosa com os objetos. Espero ler em breve!

    Meu blog:
    Tempos Literários

    ResponderExcluir
  6. Oi,Ana!
    Não leio livros onde os personagens principais tem a faixa etária de Pierre Anthon e seus colegas de escola - treze anos - sem falar que eu achei bem confusa a trama de Nada... por isso esse é um livro que eu não leria.
    Abraços!

    ResponderExcluir
  7. Achei a história bem confusa e sinceramente não fiquei muito bem atraída pela Trama vou deixar essa dica passar

    ResponderExcluir