[Resenha] Os exilados

Autor: John Flanagan
Páginas:352
Editora: Fundamento
Série: Brotherband, 1
O pequeno e franzino Hal nunca conheceu o pai, um dos maiores guerreiros que defenderam o reino de Escândia. Bem diferente dele, Hal em nada se parecia com um forte e bravo lutador, características valorizadas por seus conterrâneos, tradicionalmente valentes homens do mar. Isso e o mais o fato de ele ser filho de uma escrava vinda de Araluen o tornava um estrangeiro em seu país. Mesmo sentindo-se exilado entre seu povo, havia algo que aproximava Hal dos outros garotos - o Brotherband, ou 'irmãos em armas' - um conjunto de treinamentos que simulava as atividades da tripulação de um barco, com equipes que competiam entre si em testes de resistência e força e aprendiam as habilidades necessárias para se tornarem guerreiros invencíveis. Rejeitado pelos líderes dos demais grupos, Hal junta-se a seu grande amigo Stig e a outros renegados e forma o próprio time. Mas um fato inesperado poderá mudar o destino dessa equipe incomum e levá-la a navegar por mares perigosos, rumo a aventuras e batalhas.

Os exilados é o primeiro volume de Brotherband, com uma história ambientada no mesmo universo de Rangers, outra série do autor John Flanagan, e que fez um grande sucesso. Apesar de ter lido apenas os três primeiros livros de Rangers, eu gostei bastante da série, então quando soube sobre uma nova trama, pensei: "azar que nem terminei a outra ainda, mas quem liga, né?", hahaha. E gente, que história mais envolvente! Já me apaixonei por Brotherband, mas prometo que vou tentar ler todos os livros antes de ler algo novo do autor. Eu simplesmente amo esse tipo de leitura, cheia de fantasia, aventura e muita ação. Foi impossível não acabar comparando com Rangers, que possui menos ação, mas ambas tramas são igualmente envolventes e com personagens marcantes.

Hal é mestiço, a mãe é uma ex-escrava de Araluen e o pai é um dos famosos guerreiros escandinavos, Mikkel. Logo no inicio da leitura presenciamos a morte do pai de Hal em um dos grandes saques. Antes de morrer, o guerreiro pede ao seu melhor amigo, Thorn, que cuide de seu filho e mulher. No entanto, além de perder o amigo, nesse mesmo período Thorn perde uma de suas mãos. Entrando em uma onda de autopiedade e dor, ele resolve se afundar na bebida. Ele passa boa parte da infância de Hal ausente de sua promessa. Afinal, ele não se acha digno nem de continuar sendo um guerreiro, nem de proteger uma criança e mulher. 

Hal agora é um adolescente, e o preconceito por ele não ser totalmente escandinavo faz com que ele seja isolado de tudo. Seu único amigo é Stig, filho de um ladrão, e que também é rejeitado por todos. Ainda mais por ele ter um temperamento do diabo. A amizade que cresce entre os dois garotos começa por conta dessa exclusão, mas percebemos que é sincera. 

A mãe de Hal, Karina, não aguenta mais presenciar a figura patética que Thorn se tornou. Decide então dar um bom empurrão para que ele mude. E é o que o homem faz. Ele passa a se dedicar a fazer com que Hal siga os passos do pai, lhe ensinando tudo o que ele sabe. E isso o ajuda a não ser um completo fracasso na seleção do Brotherband, que ocorre com todos os garotos que completam dezesseis anos.

No dia da seleção, Hal e alguns garotos não são escolhidos por nenhuma das duas irmandades que se forma. O grupo rejeitado acaba formando sua própria irmandade: os Garças. Só o nome já basta para que o resto dos garotos tirem sarro deles. E não ajuda em nada que a maioria deles não tem muita aptidão para o que eles vão ter que fazer nesse treinamento.

Oito garotos que formam uma irmandade fora do comum. E foi extremamente divertido conhecer cada um e suas habilidades. Desde o início eles se mostraram firmes e prontos para tentar a qualquer custo mostrar que podem virar guerreiros respeitáveis. Hal é um líder nato, sempre busca ouvir seus companheiros, e suas ideias são sempre muito inteligentes. Ele tem várias habilidades, e suas invenções sempre o ajudam de alguma forma. 

Essa é uma leitura cheia de ação, foi incrível acompanhar a competição entre os garotos, assim como o amadurecimento de cada um. É bastante presente a amizade no livro. Os exilados tem um ritmo bastante rápido, é impossível parar de ler. As cenas são bem descritas, e mesmo tendo vários personagens, o autor consegue apresentar bastante cada um deles. 

Eu terminei a leitura já querendo a continuação, e infelizmente eu ainda não tenho. Mas o final promete mais aventuras e ação. Estou muito empolgada para conferir o próximo volume. Os personagens são extremamente cativantes e divertidos. Cada um deles tem uma personalidade diferente e um carisma único. Outro ponto que chama a atenção do leitor é o fato de ser bastante focado em barcos, navegação e tudo mais. Tem até um glossário com alguns termos para o leitor não ficar perdido. 

A edição está muito bonita. Eu adorei a capa, achei muito bonita, e combina bem com a história. Recomendo demais essa série, ela é sensacional!