sábado, 12 de agosto de 2017

[Resenha] Um menino em um milhão

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Autora: Monica Wood
Páginas: 352
Editora: Arqueiro
Quinn Porter é um guitarrista de meia-idade que nunca conseguiu deslanchar na carreira. Enquanto aguardava sua grande chance na música, foi um marido e pai ausente, e jamais conseguiu estabelecer um vínculo afetivo com o filho, uma criança obcecada pelo Livro dos Recordes e algumas peculiares coleções.
Quando o menino morre inesperadamente, alguém precisa substituí-lo em sua tarefa de escoteiro: as visitas semanais à astuta Ona Vitkus, uma centenária imigrante lituana.
Quinn assume então o compromisso do filho durante os sete sábados seguintes e tenta ajudar Ona a obter o recorde de Motorista Habilitada Mais Velha. Através do convívio com a idosa, ele descobre aos poucos o filho que nunca conheceu, um menino generoso, sempre disposto a escutar e transformar a vida da sua inusitada amiga. Juntos, os dois encontrarão na amizade uma nova razão para viver.
Um menino em um milhão é um livro sensível, poético e bem-humorado, formado por corações partidos e aparentemente sem cura, mas unidos por um elo de impressionante devoção pessoal.

Um menino doce, gentil, educado e muito atencioso, com um jeito peculiar de lidar com as pessoas será o elo entre seus pais e a senhora de 104 anos, que imigrou para os Estados Unidos aos 4 anos, junto com sua família no ano de 1904, fugindo das perseguições na Lituânia, país que por muito tempo esteve sob domínio do Império Russo e que no final do século XIX começava a se reerguer como nação política e culturalmente. Justamente no ano que Ona e seus pais fugiram para os Estados Unidos, os lituanos tentavam restabelecer suas publicações em livros e instituições educacionais, que praticamente quase foram totalmente restringidas por conta da ocupação russa. Fugir para não perder a vida, além da identidade, foi o que aconteceu com muitas pessoas no país naquela época.

Através da vida singular de um menino muito especial, as relações de cumplicidade, amizade, companheirismo e amor, terão um novo significado na vida das pessoas que o menino de 11 anos conhecia. Ele era integrante da liga dos escoteiros. Seus pais eram separados. Sua mãe bibliotecária e seu pai um guitarrista que vivia de pequenos shows e trabalhos esporádicos. 

Nosso jovem herói é um garoto fechado, muito solitário e sem nenhum amigo. Possui um jeito próprio de lidar com suas frustrações: colecionar coisas em um estilo de organização bastante sistemático, e é muito fissurado nos recordes que fazem parte do Guinness. Ele sabe de cor todos os grandes recordes e está sempre de olho para saber o que será superado em breve. Através dessa sua mania, o menino conquistará o coração da senhora Ona Vitkus, moradora que vive sendo azucrinada pela corretora para ir morar em uma casa de repouso super moderna. 


O menino será durante algumas semanas o responsável em ajudar Ona nos afazeres diários da sua casa, como alimentar os passarinhos; consertar a calha; limpar o quintal; e assim, aos poucos, o pequeno grande garoto conhecerá as histórias dessa fabulosa senhora, que só quer viver o restante do seu tempo, sem pessoas pegando no seu pé; mas a vida traz algumas surpresas, e prega peças e transforma nossas perspectivas em um passe de mágica; e é justamente com a influência de uma criança tão sonhadora, corajosa, amável e curiosa, que a vida da solitária senhora - que até então nunca havia contado suas histórias a quase ninguém - terá um novo sentido.

A morte da criança é o marco que definirá a mudança repentina na vida de Quinn - o pai ausente que nunca foi uma representação forte para um garoto tão especial. E a mãe Belle, tão abalada com a situação, também receberá um alento ao ver o pai do seu menino se transformar em alguém sem medo de se comprometer e criar laços com as pessoas.

O livro acompanha tanto o ponto de vista do pai, quanto da senhora Ona, justamente as duas vidas que serão transformadas pela triste e impactante morte de um menino.

A vida de todas as pessoas mais próximas também passará por algumas mudanças, mas nada se compara a um pai que nunca se viu próximo ou capaz de se conectar com uma criança que vivia em seu mundo particular, enumerando coisas, fatos e recordes; e será através da presença póstuma do menino, na vida e na casa de uma senhora de 104 anos - que quer viver mais alguns anos só para bater recordes - que o pai aprenderá a amar e entender o significado da vida.

Livro doce, tocante e singelo. Que mostra a importância e a força que nossas vidas têm na vida das outras pessoas.

15 comentários:

  1. Esse livro parece ser muito lindo, realmente não temos consciência do quanto uma pessoa é tão importante em nossas vidas até o dia em que ela partir, deve ser difícil principalmente para um pai e uma mãe verem seu filho, que tinha toda uma vida pela frente, não estar mais aqui para poder viver essa vida, achei a história bem tocante e quero muito ler para poder entender mais sobre a relação pai e filho e a relação entre o menino e a Ona.
    Beijos!

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  2. Olá.
    Sua resenha está muito bonita e bem escrita.
    O livro tem um enredo muito emocionante e tocante, e creio oferece uma profunda reflexão sobre a vida, amizade e amor. Espero ter a oportunidade de ler.
    Obrigada pela dica.
    Beijos.

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  3. Esse está na minha lista. Adorei a premissa dele. Essa conexão de personagens de diferentes idades é muito bacana. A aproximação da senhora com o menino, e consequentemente do pai desse menino, e também do pai com a morte do filho é muito bacana. Espero acompanhar essa conexão dos personagens!

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  4. A sinopse desperta na gente a sensação de aproveitar os momentos ao lado de quem amamos ne? Fiquei curiosa pra saber como o pai age ao descobrir tantas ciosas lindas sobre o filho.
    Fiquei encantada com a idade dessa senhora, hahah. Ela deve ser conhecedora de muitas coisas e deve ser interessante acompanhar como uma senhora assim pensa e age na história. Incrível como a autora junta idades com histórias tão diferentes e transforma a vida de tais personagens :)

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  5. Eu já li diversos comentários positivos referentes a este livro, que bom que é um livro com uma história doce e tocante, e que mostra a importância que nossa vida tem na vida de outra pessoa, como citado por você em sua resenha. Sem dúvidas pretendo ler este livro, espero gostar da história.

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  6. Esse parece ser bem doce e reflexivo!
    Amo histórias de superações e entendimentos entre família, depois de um trágico acidente.
    Já li várias resenhas positivas desse livro e a sinopse deixa o leitor bastante curiosos para saber como o pai e a velha senhora vão vencer os obstáculos da vida.

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  7. Adorei a resenha, e estou apaixonada nessa premissa.
    Deeve ser realmente bem doce e com muito reflexão sobre como as pessoas podem mudar nossas vidas.
    Eu nem li ainda, mas já sei que vou chorar bastante haha

    beijinhos

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  8. Olá!
    Este livro está na minha lista de leitura. Já tinha lido varias resenhas dele é sempre são positivas, gostei tanto da trama que me faz querer ler ele o mais rápido possível. Nele vemos a amizade entre uma pessoa idosa e o menino, a relação do pai que muda quando o menino morre e isso é incrível. Quero muito ler ele.

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  9. Tem algum tempo que este livro está na minha lista de desejados, mas ainda não tive oportunidade de adquiri-lo. Acredito que a morte deste garoto irá abalar a vida de quem o ama, mas principalmente destes dois personagens, o pai ausente, e a sua amiga, no qual ele ajudava, e é a partir disto que esta trama irá se desenvolver. Acompanhar todos este acontecimentos, deve trazer ao leitor várias reflexos, com uma estória envolvente e cativante.

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    http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/

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  10. Oi Dandra.
    Essa é a segunda resenha positiva sobre esse livro que eu li.
    Fiquei com bastante vontade de ler esse livro. Gosto de livros que mostra a superação dos personagens diante de uma mudança brusca nas suas vidas.
    O filho de Quinn parece ser muito doce, ao ajudar Ona.
    Espero ler esse livro em breve.
    Bjs

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  11. Oi Dandra,
    É uma história bem diferente e o menino é um elo entre os protagonistas. Já li alguns livros que fala sobre o luto, mas cada um tem sua peculiaridade, afinal de contas perder alguém próximo gera uma dor única e particular em cada indivíduo. A premissa deste livro foi uma grande surpresa e fiquei com muita vontade de ler.

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  12. DAndra!
    Livros do tipo sempre me atraem porque gosto de fazer esses questionamentos constantemente: em que poderia melhorar o convívio e o afeto junto às pessoas que convivo e amo?
    Deve ser realmente uma verdadeira lição de vida, principalmente vindo de uma criança de apenas 7 anos.
    Quero ler com urgência.
    Bom final de semana!
    "...Aceite com sabedoria o fato de que o caminho está cheio de contradições. Há momentos de alegria e desespero, confiança e falta de fé, mas vale a pena seguir adiante..."(Paulo Coelho)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE AGOSTO 3 livros, 3 ganhadores, participem.

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  13. Olá, quando eu li a sinopse imaginei que a trama séria aqueles dramas de luto, em tentativa de superar a dor, e apesar da mãe se sentir assim, vejo que é mais do que isso, é um trama de como as pessoas que estavam em volta daquele garoto lidaram com toda a situação. Adoro livros que a gente pensa que é alguma coisa e no fim é totalmente diferente. Esse com certeza entrou pra minha lista de desejados!
    Beijos.

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  14. É um livro muito sentimental, o que gostei de saber é que a mãe é uma bibliotecària, igual a mim, amei. Mas a història achei muito dramàtica, o que não curto muito.

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  15. Ao ler essa resenha foi impossível não lembrar do filme Up - Altas Aventuras, pelo fato do menino ser escoteiro e tudo mais. Parece ser uma leitura boa, fluida e doce... porém não é o tipo de livro que eu gostaria pra agora. Mas foi uma ótima dica!
    Beijos

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