[Resenha] A garota no gelo

Autor: Robert Bryndza
Páginas: 320
Editora: Gutenberg
Série: Detetive Erika Foster, 1
Seus olhos estão arregalados… Seus lábios estão entreabertos… Seu corpo está congelado… Mas ela não é a única.
Quando um jovem rapaz encontra o corpo de uma mulher debaixo de uma grossa placa de gelo em um parque ao sul de Londres, a detetive Erika Foster é chamada para liderar a investigação de assassinato.
A vítima, uma jovem e bela socialite, parecia ter a vida perfeita. Mas quando Erika começa a cavar mais fundo, vai ligando os pontos entre esse crime e a morte de três prostitutas, todas encontradas estranguladas, com as mãos amarradas, em águas geladas nos arredores de Londres.
Que segredos obscuros a garota no gelo esconde? Quanto mais Erika está perto de descobrir a verdade, mais o assassino se aproxima dela.
Com a carreira pendurada por um fio depois da morte de seu marido em sua última investigação, Erika deve agora confrontar seus próprios demônios, bem como um assassino mais letal do que qualquer outro que já enfrentou antes.

A garota no gelo é o primeiro livro da série protagonizada pela Detetive Erika Foster, e também o primeiro romance policial do autor Robert Bryndza. Este é o segundo thriller que eu leio em fevereiro, e confesso que é um dos gêneros que eu não consigo enjoar. Provavelmente vou adicionar algum livro do tipo na próxima pilha de novo. Enfim, esta era uma obra que eu estava ansiosa para ler. A capa me conquistou muito, após ler a sinopse, tive a certeza de que seria uma daquelas leituras que me dão aflição e me fazem suspeitar até da mãe. E realmente foi este tipo de leitura que encontrei em A garota no gelo, o autor desenvolve sua trama em um ritmo intenso, é impossível desgrudar do livro.

Erika Foster é uma detetive com um passado bastante conturbado. Em sua última investigação, viu seu marido ser morto na sua frente. Sua escolha de recomeço é aceitar o caso que surge: a filha de um socialite é encontrada morta em um lago. Não há suspeitos definidos, ninguém viu nada e ninguém entende os motivos do crime. Apesar de liderar a investigação, vários empecilhos surgem, um deles é a própria família de Erika, que demonstra não ser tão acessível para ajudar a juntar pistas que possam levar ao assassino. 

Normalmente nos thrillers nunca é fácil para quem está investigando o crime conseguir pistas, mas para Erika é muito pior. Sua reputação, depois da morte do marido, a persegue. Ninguém a culpa, mas quando surge alguma oportunidade, ela sempre tem essa ferida cutucada. Além da família da vítima, há mais pessoas que não querem que o caso seja solucionado tão fácil.

Erika consegue algumas pistas que mostram que a garota estava em um pub na noite em que foi morta. Mas, para não sujar a imagem dela, ninguém quer que isso seja anunciado, o que só faz com que a possibilidade de encontrar pistas fique mais dífícil. Erika desde o início mostra que não vai desistir de sua intuição, ela precisa encontrar quem assassinou brutalmente essa jovem.

É extremamente angustiante acompanhar o desenvolvimento da investigação, há sempre algo que barra o andamento, muitas pistas surgem, algumas conseguem ter uma ligação, mas tudo piora quando descobrem que este caso pode estar relacionado com a morte de três prostitutas anos atrás. Será que é o mesmo assassino?

Erika é uma personagem insegura, solitária e que se culpa pela morte do marido, porém, quando se trata de encontrar assassinos, mostra-se corajosa, independente e inteligente. Ela é uma mulher que não desiste, mesmo que isso custe seu emprego, ou que sua vida corra risco. Suas escolhas, mesmo que absurdas e loucas em alguns momentos, foram o que fizeram a leitura ainda mais incrível. O autor desenvolveu a história em um ritmo ótimo, me fazendo juntar pistas, desvendar segredos e desconfiar de várias pessoas.

O desfecho foi surpreendente, mas não por saber quem era o assassino, pois foi uma pessoa que já tinha passado pela minha cabeça. A motivação que me surpreendeu. Não esperava nada daquilo, e mesmo sendo previsível quem era o assassino, saber o porquê me fez apreciar demais a leitura. Gostei muito da estreia do autor no romance policial, e certamente irei ler mais livros dele.

Garota no gelo tem mais de oitenta capítulos, o que tornou a leitura dinâmica e fluída. A capa está muito linda, as folhas são amareladas, a fonte tem um tamanho agradável para ler e a revisão da Gutenberg está muito bem feita. Recomendo a obra!