[Resenha] Sete cabeças

Autor: Bruno Godoi

Quem ama suspense sobrenatural vai encontrar em Sete Cabeças uma história intensa e cheia de mistérios. Para transportar o leitor para um mundo novo, onde as coisas nem sempre são o que parecem, Godoi usa uma das mais intrigantes ferramentas que um autor tem nas mãos: a alma humana. Sete Cabeças conta duas histórias paralelas, mas com profundas relações entre si. Em “Caso 132”, conhecemos Anton Levey, um detetive que precisa solucionar um bizarro assassinato e se vê em meio a um roteiro noir de sua própria vida. Em “Frigorífico” é a vez de Eric Blair desvendar perigosos segredos para tentar salvar a si mesmo. Depois de acordar em um ambiente desconhecido ao lado de duas pessoas estranhas, ele precisará aceitar participar de um jogo macabro se quiser tentar permanecer vivo.

Desde que a editora Empíreo mostrou os últimos lançamentos eu fiquei muito curiosa para ler Sete cabeças, afinal, é de um gênero que eu adoro e não consigo enjoar: policial. Porém, ao terminar a leitura, posso dizer que o livro não é apenas mais um policial, ele tem muitos elementos de suspense e terror, lembrando até mesmo filmes bastante conhecidos, que mexem com as emoções do leitor. Eu adoro esse tipo de leitura, e meu primeiro contato com o autor, Bruno Godoi, foi excelente. Ele conseguiu me prender na história do início ao fim.

Em duas partes, o livro nos conta a história de Anton, um detetive que precisa resolver um estranho caso de assassinato. A segunda parte nos mostra Eric, também detetive, que acorda em um frigorífico com mais duas pessoas, e precisam dar um jeito de sair dali. Sinceramente a parte que eu mais gostei foi a do frigorífico. Cenas cheias de suspense e mortes. Eric e os outros precisam passar por "jogos" de alguém que não sabem quem é e porque está fazendo isso...

Desvio de dinheiro público. Formação de quadrilhas. Corrupção. O Sangue a todo instante é derramado. Corrupção - quando não do bolso, da alma. Por quê?

No início eu fiquei meio confusa com a narrativa do autor. Ela é bastante pontuada. E então a leitura fica mais lenta. Confusa. Estranha. Sabe? Tipo isso, rsrs. Mas, como eu disse, isso foi no início, depois me acostumei com esse tipo de narrativa e acabei adorando! O Bruno escreve muito bem e consegue nos envolver na trama. As cenas são bem reais e cheias de suspense.

A primeira parte eu achei um pouco confusa, a história de Anton, mas conforme vamos lendo, vamos percebendo as semelhanças entre elas e até mesmo uma ligação. Uma trama densa e detalhada que empolga e nos faz querer descobrir mais sobre o que vai acontecer. Porém, o final me deixou meio decepcionada. Achei que ia ter todas minhas dúvidas solucionadas, mas não foi bem assim. 

Sete cabeças tem uma leitura fluída depois que você se acostuma com a narrativa. A história é contada de uma forma intrigante e inteligente, e a dúvida do leitor não é em descobrir um assassino, e sim, descobrir como tudo começou e o que é ou não real. O livro mexe com o psicológico de quem está lendo. Apesar de não ter curtido o final, eu recomendo a leitura. Quem curte suspense vai amar Sete cabeças. Principalmente por o autor não medir palavras para descrever cenas repugnantes e de morte. A edição da editora está linda! Essa capa combina bem com a história.