[Resenha] Desaparecida

Autora: Catherine McKenzie

Emma Tupper não existe mais. E por que não, então, inventar uma nova Emma Tupper? “Só poeira. É como se eu tivesse sido apagada. Transformada em cinzas.” Quem nunca sonhou em recomeçar a própria vida do zero? A jovem advogada Emma Tupper se vê diante dessa oportunidade quando volta para casa, após passar seis meses desaparecida na África. Surpresa, percebe que todos acreditam que ela estava... morta. Emma descobre que sua antiga vida foi apagada. O apartamento onde vivia acaba de ser alugado para um novo inquilino, o misterioso fotógrafo Dominic. No escritório de advocacia, no qual construía uma carreira brilhante com chances de concorrer ao cargo de sócia, sua rival Sophie se apossou não só de seus clientes e de sua sala, mas também de seu namorado, Craig. Enquanto tenta resolver o caos no qual seu mundo se transformou, Emma se questiona: ela era feliz antes de sua viagem à África? Tinha valido a pena se sacrificar tanto em nome do trabalho? Amava Craig de verdade? Queria mesmo ter aquela vida de volta? Romântico e espirituoso, Desaparecida revela a envolvente trama de uma mulher à procura de si mesma.

Desde que a editora Leya fez uma ação para divulgar Desaparecida, e eu recebi a cartinha falando sobre o livro, fiquei muito interessada em ler. Em um primeiro momento pensei que era no sentido literal da palavra - desaparecida - e que então a trama ia ser algo referente a descobrir o paradeiro da mulher e ia ficar só nisso, mas conforme fui lendo, percebi que o termo não é apenas se referindo aos meses em que Emma ficou desaparecida (que foram narrados rapidamente), e sim, ao presente, onde ela precisa se redescobrir na vida e encontrar quem ela sempre foi antes de tudo acontecer.

Emma é uma ótima advogada. Está quase conseguindo virar sócia da empresa onde trabalha, e namora Craig há três anos... Sua vida só seria perfeita se uma doença não a fizesse perder a mãe. A mãe de Emma sempre foi fascinada pela África, porém, nunca conseguiu visitar o lugar, assim, antes de morrer comprou uma passagem para a África no nome de Emma, para que a filha pudesse conhecer o país em seu lugar. No início ela fica relutante com esse último 'desejo' da mãe, mas quando consegue um mês de férias, decide partir nessa viagem.

A viagem era para durar um mês, mas acaba se tornando seis, após ficar doente e um terremoto cortar qualquer chance de se comunicar com as pessoas. Quando os voos são autorizados Emma corre direto para casa. Ela tenta ligar para o namorado e sua melhor amiga, mas sem sucesso. Nenhum dos dois a atende. E ao tentar entrar em seu apartamento percebe que já tem alguém morando lá. Imagina qual não foi sua surpresa quando descobriu que todos achavam que ela estava desaparecida, e possivelmente, morta? Foi um choque! Sozinha e sem casa, a única pessoa que resta para ajudá-la é Dominc, o estranho que está alugando seu apartamento.

A trama nos mostra que Emma praticamente tem que recomeçar sua vida do zero, é quase impossível continuar de onde parou, afinal, todos pensavam que ela estava morta. Senti muita pena de toda essa situação que ela passou, e acho que se fosse comigo eu já teria desmoronado. O livro nos faz pensar: se tivéssemos a chance faríamos algo diferente em nossas vidas? É nesse conflito que a protogonista se encontra... será que ela ainda quer ter as mesmas coisas e ser a mesma pessoa?

Tudo fica escuro ao meu redor. Sinto que acabei de despertar e de sair de minha viagem por Matrix, coberta de gosma primordial e lutando para respirar. Mas se esta é uma realidade paralela, onde está o sábio mentor que vai me explicar o que está acontecendo?

A autora traz um romance apaixonante e bem desenvolvido. Foi maravilhoso acompanhar o recomeço da personagem. A narrativa também é muito gostosa, e em alguns momentos voltava para os meses de Emma na África, o que só deixou a leitura mais empolgante ainda. Desaparecida tem uma trama envolvente, mas o que cativa mesmo o leitor é a protagonista. Emma é o tipo de mulher que leva o tombo, levanta, sacode a poeira e sai andando - like a boss -. Ela sofre com a morte da mãe e com sua situação atual, é claro, mas em nenhum momento se faz de coitadinha. Ela batalha para ter seu emprego de volta e deixar sua vida normal de novo.

Gostei muito de Dominc, Emma passa alguns dias no seu antigo apartamento, já que não tem para onde ir, então acabamos conhecendo melhor esse homem tão... desconhecido. Sabemos que ele era noivo, e por isso se mudou recentemente para lá. O convívio diário entre os dois foi evoluindo: no início ele achava que ela era louca, mas depois os dois foram se aproximando mais...

Se você gosta de uma história dramática, porém leve, esse livro é mais que indicado. Me apaixonei pela trama, e no finalzinho teve até meio que uma investigação, que só deixou a leitura mais emocionante ainda. Recomendo!