[Resenha] A caça

Autor: Jussi Adler-Olsen
Páginas: 462
Série: Departamento Q, 2
Editora: Record
Ao retornar das férias, o detetive Carl Mørck, do Departamento Q, encontra em sua mesa os arquivos do caso Rørvig. Que estranho. O caso não havia sido encerrado? O assassino dos dois irmãos mortos na casa de veraneio não se entregara nove anos depois do crime? Quem teria colocado aqueles arquivos ali? Alguém parece querer que o caso seja reaberto e Carl Mørck morde a isca.As pistas que encontra levam o detetive à alta-roda, ao mundo do mercado de ações, da indústria da moda e da cirurgia plástica. E também às sarjetas mais imundas e sinistras de Copenhage, onde conhece Kimmie, uma moradora de rua atormentada por vozes e que precisa roubar para viver. Kimmie parece estar sempre fugindo. E de fato está. Três poderosos homens estão atrás dela e não medirão esforços para encontrá-la, pois Kimmie parece saber algo capaz de ameaçar o futuro deles. Algo que pode ter a ver com o caso antes encerrado, mas que, infelizmente para os três, acaba de ser reaberto pelo incansável detetive Mørk.

1. A mulher enjaulada

*Podem ler sem medo, não contém spoilers. ;)

A caça é o segundo livro da série Departamento Q, escrita por Jussi Adler-Olsen. Quando soube que a Record iria trazer o segundo volume, não precisei nem ler a sinopse, pois eu amei o primeiro livro, e não aguentava mais de ansiedade para sair a continuação. Mas, não me perguntem qual dos dois é melhor, pois é muito difícil, os dois possuem características diferentes na trama, o suspense policial desta obra nos apresenta uma história que já mostra os culpados, enquanto no anterior tem todo um mistério sobre quem é a pessoa envolvida e seus motivos. A caça, apesar de já nos apresentar os "vilões", possui uma investigação surpreendente do início ao fim. Além disso, temos um contato melhor com esses personagens e suas personalidades marcantes. Por isso, é muito dificultoso escolher o melhor. Não tem como. Mas, posso comparar um ponto e dizer que A mulher enjaulada é bem menos violento que A caça. Nessa continuação as cenas são muito mais marcantes e repulsivas. Jussi descreve detalhadamente a crueldade e frieza dos personagens. 

Eu adorei que a editora lançou essa série policial na ordem, normalmente as editoras não se preocupam com isso, porque realmente são livros que podem ser lidos individualmente, pois cada obra tem um caso. Mas, eu aconselho a aproveitar e iniciar a série Departamento Q pelo primeiro. Não tem coisa melhor do que conhecer e entender o personagem principal desde o início, além de seus relacionamentos com as pessoas ao redor. Um personagem que me marcou e que ainda me intriga, é Assad, assistente de Carl, o detetive principal. Ainda não entendi qual é a dele, mas sei que ele esconde algo. Assad é um personagem engraçado, sem querer, e que quebra um pouco o mau humor de Carl. 

O caso dessa vez é de um assassinato que ocorreu vinte anos atrás. Dois irmãos foram mortos em uma casa de veraneio, e apenas nove anos depois um homem se declarou culpado. Porém, o estranho é que esse homem estudava com um grupo de colegas que não tinha uma fama muito boa. Há suspeitas de que talvez o grupo inteiro torturou e espancou os irmãos até a morte, mas como alguém se entregou, o caso foi encerrado. Carl começa a investigar novamente ele, e com alguma ajuda, percebe que há outros casos de morte e espancamento na mesma região. O problema é que os suspeitos são pessoas influentes e ricas, nada chega perto deles.

Ela também já teve uma menininha como aquela. Agora ela estava em casa, na caixinha sob a cama. Esperando pacientemente.
Logo elas estariam juntas novamente.

É um caso horrível, e como eu disse, o autor não poupa detalhes nas cenas. Porém, o que mais surpreende o leitor é a frieza desses personagens e o prazer que eles sentem. Apesar de serem pessoas detestáveis, é impossível não querer saber mais sobre eles e seus atos. Carl precisa achar um jeito de achar provas que incriminem o grupo todo, mas é impossível quando essas pessoas conseguem o que querem com dinheiro. 

A caça tem uma leitura muito fluída, é impossível largar o livro, não há momentos monótonos, é uma reviravolta ou descoberta a cada página. O autor prende o leitor de maneira magnífica, com uma trama de tirar o fôlego. Nem preciso confessar que estou louca para o terceiro volume, não é? Pois eu estou! Departamento Q possui cinco livros lá fora, e o sexto à caminho - setembro desse ano! ♥ -, e espero encarecidamente que a Record não demore para lançar o resto. Recomendo a leitura!