[Resenha] A vida como ela era

Autora: Susan Beth Pfeffer
Páginas: 378
Editora: Bertrand
Série: Os últimos sobreviventes, 1
Quando Miranda começa a escrever um diário, sua vida é como a de qualquer adolescente de 16 anos: família, amigos, garotos e escola. Suas principais preocupações são os trabalhos extras que os professores passaram tudo por causa de um meteoro que está a caminho da Lua. Ela não entende a importância do acontecimento; afinal, os cientistas afirmam que a colisão será pequena. Mas, mesmo assim, acredita que esse será um evento interessante a se observar, com binóculo, do quintal de casa.
Para surpresa de todos, o impacto da colisão é bem maior do que o esperado, e isso altera de modo catastrófico o clima do planeta. Terremotos assolam os continentes, tsunamis arrasam os litorais e vulcões entram em erupção. Em 24 horas, milhões de pessoas estão mortas e, com a Lua fora de órbita, muitas outras mortes são previstas. Os supermercados ficam sem comida, e Miranda e sua família precisam, então, lutar pela sobrevivência em um mundo devastado, onde até a água se torna artigo de luxo.

A vida como ela era foi uma surpresa que eu recebi da Bertrand, e que eu amei! Antes mesmo do livro chegar eu já tinha lido a sinopse e me interessado pela trama, adoro esses enredos apocalípticos e tal, então quando o recebi fiquei ansiosa demais para ler. ♥

Pela premissa achei que com todo esse caos iria ter uma narrativa cheia de ação, porém, me enganei. Esse primeiro livro, - sim, é série! -, basicamente nos traz uma introdução, como tudo começou, além de narrar o dia-a-dia de uma família tentando sobreviver. Pode parecer chato, mas pelo contrário: é intrigante, empolgante, triste e reflexivo.

Um meteoro está para colidir com a Lua. Algo normal, que faz as pessoas irem às ruas para assistir esse grande "evento". O que os cientistas não imaginavam é que algo iria sair muito errado... O impacto é tão catastrófico que muda todo o clima do mundo. Tsunamis fazem cidades desaparecerem, vulcões entram em erupção, e isso parece ser só o começo do fim.

Miranda, uma adolescente de 16 anos, é quem narra os acontecimentos (em forma de diário) sobre como ela, seus irmãos e sua mãe fazem para tentar sobreviver no que restou do mundo. Através de seus relatos percebemos o que uma mãe faz para que seus filhos vivam mais um dia. O que antes não tinha importância, como comida e água, agora são essenciais, porém escassos. Perguntas sobre o futuro ficam sem respostas, nessa situação tão crítica. Ninguém sabe como vai ser o dia de amanhã. Morrer porque a Lua esmagou a Terra? Ou de fome? Frio? Doenças?

Mas meu mundo está cada vez menor. Sem escola. Sem lago. Sem cidade. Sem quarto. Agora, não tenho nem mesmo a vista das janelas.
Sinto como se eu estivesse encolhendo junto com o meu mundo, diminuindo e endurecendo. Estou me transformando em uma pedra e de certo modo isso é bom, porque pedras são eternas.
Mas, se é para viver assim eternamente, então não quero.

Apesar de A vida como ela era ser uma grande introdução da história, foi incrível acompanhar praticamente cada dia da vida de Miranda. Em alguns momento ela se mostrou mimada e egoísta, e em outros, corajosa e forte. Ela é uma personagem que não tem como odiar, apenas sentir pena. Miranda e a família são sobreviventes, todo dia, um  dia de cada vez.

A leitura do livro é muito fluída, mesmo algumas partes sendo um tanto quanto repetitivas. É angustiante toda essa batalha para sobreviver. E também, muito reflexivo. Fiquei imaginando se algo assim realmente acontecesse... E é até difícil, pois não sei se eu teria forças para passar por tudo o que Miranda passou. Achei esse enredo genial e muito bem trabalhado. Isso de a autora narrar quase  todos os dias, e não fazer algo tão corrido, deixou a leitura muito mais real e impactante. Eu já não conseguia mais largar o livro, de tanta angústia e curiosidade sobre o que estava acontecendo e o que ainda estava por vir...

A série Os últimos sobreviventes possui quatro livros. Eu mal a iniciei e já virou uma das minhas favoritas. Estou ansiosa para a continuação, fazia tempo que uma história não me prendia tanto. Recomendo a leitura!