[Resenha] Apenas os inocentes

Autora: Rachel Abbott

Hugo Fletcher parece ser o homem perfeito. Bonito, rico, uma reputação impecável não é à toa que a mídia o adora. O fato de ser encontrado morto, nu e amarrado a uma cama em seu apartamento em Londres não combina com a imagem que todos têm dele. Para o inspetor-chefe Tom Douglas, uma coisa é clara: cada aspecto da cena do crime o leva a desconfiar de que o culpado é uma mulher.
Na busca pelo assassino, Tom descobre os detalhes mais hediondos e chocantes da vida pessoal da vítima longe dos holofotes. Quando a investigação chega a um ponto crucial, ele começa a perceber que o caso se trata de algo muito maior do que um simples assassinato. E isso o deixa em um terrível dilema: quando se trata de homens como Hugo Fletcher, os culpados devem ser punidos? Ou os inocentes devem ser protegidos?

Quando li a sinopse de Apenas os inocentes fiquei na hora com uma vontade imensa de ler! Antes de iniciar a leitura resolvi ler algumas resenhas sobre o livro para saber o que esperar, e algumas falaram que era tudo muito óbvio, mas preciso confessar que demorei um pouco para ligar tudo. O assassino não descobri até o fim, pois achei que se eu tentasse descobrir ia ser alguém bem na cara... A autora criou um clima intenso de mistério. Conforme lemos vamos descobrindo algumas coisas, mas é tudo a passo de tartaruga. Isso poderia muito bem irritar o leitor, mas digo que é ao contrário, ficamos cada vez mais empolgados para descobrir tudo logo!

Sir Hugo, um homem famoso, e conhecido por sua bondade em criar uma fundação que cuida de meninas que foram obrigadas a se prostituir, é encontrado morto em seu apartamento. Uma notícia chocante e que coloca o inspetor Tom Douglas a cargo do caso. Lendo o desenrolar deste crime conhecemos melhor Laura, esposa de Hugo, e como se iniciou o relacionamento dos dois. Hugo não era tudo aquilo que aparentava, e possuía segredos obscuros que deixam os leitores chocados.

O interessante é que a trama não foca apenas em descobrir o culpado, tanto que a investigação e o inspetor nem são o ponto alto da história, mas sim o passado e caráter de Hugo. Ele é um personagem detestável, que quase me fez querer entrar na trama para eu mesma o matar. Não esperava encontrar uma história tão intensa e empolgante. Os personagens se mostrar quase todos culpados, e como eu disse, apesar de algumas coisas ficarem na cara, você fica esperando que tudo seja dito mesmo, e não fique apenas na suposição.

Eu não tinha ninguém. Não estava mais trabalhando, eu e você não estávamos nos falando. Will estava fora, e eu não conseguia suportar a ideia de contar à minha mãe. Então eu só me via através dos olhos de Hugo, e a pessoa que eu via era um fracasso.

A narrativa é bastante frustante, apesar de ser fluída e bem escrita. Os diálogos entre Laura e uma amiga, Imo, sempre relatam suas conversas anteriores, então fica no ar que algo ruim aconteceu, mas em nenhum momento elas realmente explicam sobre aquilo, o que deixa o leitor louco. Adorei essa forma de desenvolver a trama. A autora depois de narrar a cena da morte de Hugo, intercala a leitura entre o presente, o passado e cartas que Laura escrevia para a amiga, contando como seu casamento não era o que esperava.

Apenas os inocentes foi uma leitura surpreendente. Me envolvi do início ao fim com ela, e acho que se tivesse desconfiado desde o início do culpado não teria gostado tanto. Não que tenha sido alguém chocante, mas só em ser uma pessoa que resolvi não pensar e descartar, foi muito legal. Me senti muito lerda. haha. Trama incrível e que vai chocar e enojar quem ler. Muito bem explorado e tudo encaixa direitinho. Não achei nenhuma ponta solta.

Apesar de não ser focado tanto na investigação, o livro é cheio de mistérios e segredos, que acredito que os fãs do gênero policial/suspense vão adorar. Foi minha primeira leitura do ano, adorei começar com este livro. ♥ Recomendo!