[Resenha] O nome em seu pulso

Autora: Helen Hiorns
Páginas: 256
Editora: Farol Literário
No mundo em que Corin vive, logo nos primeiros anos de vida o nome da sua alma gêmea é marcado para sempre no seu punho. A busca pela pessoa predestinada pode durar anos, até mesmo décadas. Mas e se você nunca encontrar essa pessoa? Ou se encontrar e simplesmente não amá-la? E se, como Corin, a última coisa que você quiser é ser encontrado?

O nome em seu pulso tem uma premissa interessante e reflexiva, quando eu solicitei a obra não esperava gostar tanto assim, mas a leitura me prendeu bastante. Imagina ter o nome de sua alma gêmea marcada em seu pulso? Pode parecer algo fácil e conveniente, mas acredito que também seja algo incômodo. E se você não gostar da pessoa ou ela não ser o que você esperava? Seria algo cruel não ter a liberdade de escolher com quem você quer passar o resto da vida. A história me chocou, mas em um sentido bom, percebi o quanto sou livre para fazer minhas escolhas. Não me imagino vivendo com algo tão predeterminado assim.

O pulso das pessoas possui uma pulseira que esconde o nome da alma gêmea, e que só pode ser revelado quando enfim encontrá-la. Outra regra é: fazer sexo apenas com essa pessoa. O governo controla bastante a vida de todos, o que me levou a considerar a obra uma mistura de distopia e young adult. Corin nos mostra, com seu jeito totalmente irônico, que não quer fazer parte disto. Ela quer ter suas próprias escolhas. E tudo começa quando ela finge que sua alma gêmea é alguém chamado Thomas. Uma pessoa percebe seu jogo, e acaba se aproximando de Corin, desvendando sua personalidade e a conhecendo melhor. 

No início achei que Corin era apenas uma personagem fútil e babaca mesmo, mas percebi que todas suas ações tinham um motivo. E conforme fui a entendendo melhor, e seu relacionamento conturbado com a irmã, passei a odiá-la menos. O nome em seu pulso tem um enredo bem interessante, como eu disse, e uma leitura bastante fluída, mas ao mesmo tempo não é um livro muito empolgante, pelo menos não do início ao fim. Há momentos bons, reflexivos, mas não passa disso. Porém, não foi uma leitura ruim, eu gostei bastante.

O desenvolvimento da trama foi meio confuso, mas acredito que essa foi a intenção da autora: desvendar aos poucos tudo. O final não foi algo muito chocante, talvez até um pouco previsível, mas foi satisfatório. Concluiu bem tudo o que eu li. Alguns segredos que foram revelados me deixaram bem mais surpresas e gostei disso, de ser surpreendida.

O relacionamento de Corin com a irmã é algo um pouco hilário até, as duas vivem brigando, falando coisas para magoarem uma a outra, e tudo isso começou quando o pai delas morreu e a mãe viveu em seu próprio mundinho sem dar muita atenção a elas. Porém, apesar de tudo, percebemos o quanto uma apoia a outra quando precisa. ´

A humanidade sempre teve de odiar alguém. Isso lhe dava um propósito, eu acho, e fazia com que muitos se sentissem mais importantes. Há gente demais para que todos possam se contentar em ser iguais. As pessoas sempre querem ser mais importantes do que realmente são.

O nome em seu pulso possui uma história atraente, bem escrita e fácil de ler. A protagonista não é alguém perfeita, ela possui medos e inseguranças, mas tenta esconder isso com uma personalidade falsa e sarcástica. Ela é muito mais do que aparenta: tem opinião própria e é forte. Uma personagem para se admirar, mas ao mesmo tempo querer dar um soco na cara quando é muito pé no saco. Recomendo a leitura! E eu adorei a capa, foi a que eu escolhi na votação! ♥♥