[Resenha] Wunderkind - Uma reluzente moeda de prata

Autor: D'Andrea G.L

A vida de Caius Strauss muda completamente no momento em que ele recebe uma moeda de prata de presente de um homem misterioso. E por mais que ele tente se livrar dela, o objeto sempre acaba voltando para ele. Com uma linguagem fantástica, típica de um autor que é especialista no gênero, D'Andrea escreveu um thriller de horror que traz citações de grandes artistas, como Shakespeare e Tolstói. Convincente, visionário, obscuro e, às vezes, violento, um livro elegante e bem-escrito. Wunderkind é uma experiência. Você é levado pelo autor e passa a jogar em um mundo onde nada e ninguém é o que parece. Grande história, uma rara habilidade para contar. 

E aí pessoal, belezinha? Então, como prometido, voltei. Demorei porque como havia dito, só resenharia livros que eu gosto, e tive a infelicidade de gastar duas semanas com um livro clichê e ruim. Mas vamos falar de coisa boa? (E não é da Tecpix rs). É sobre o Wunderkind – Uma reluzente moeda de prata.

Wunderkind é um livro que eu comecei a ler imaginando ser mais um clichê, pois nas primeiras páginas já começamos com o assassinato dos pais de Caius e logo após, o resgate por um estranho. (Harry Potter e Batman mandaram um beijo). Ok, engoli o clichê e segui a leitura. E ainda bem que fiz isso, pois o que eu senti com o livro foi algo que fazia tempo que não sentia: a vontade de não ir dormir para poder ler mais um capítulo.

Caius Strauss é um garoto comum, de 14 anos, que não tem nada de especial, até o dia em que um cara muito estranho lhe dá uma moeda de prata, e a partir daí, ele começa a enxergar as coisas de uma forma diferente. Apesar de Caius tentar se livrar da moeda, jogando fora, enterrando, jogando no bueiro, ela sempre acaba aparecendo novamente no seu bolso (Achei muito Percy Jackson isso, mas ok).

Rua Félix... A fonte do Rana? - calculou Gus, perplexo. - Tem certeza de...
Caius deu-lhe uma leve cotovelada, depois dirigiu-se suavemente para Paulus - Não importa - disse - não precisa se esforçar. Que tal a gente ir, agora? Topa?
- Não estou cansado. Podemos ir.
Com o gigante na frente, Gus e Caius encaminharam-se para as trevas.
- Acha que ele sabe? - perguntou Caius baixinho.
- Sabe o quê?
- Que está morto?

No incidente que matou seus pais, Caius é salvo por Gus, um cambista que domina a Permuta de Cá. Permuta é uma magia, mas essa magia possui um preço, você deve se livrar de uma memória para a magia funcionar. Quanto mais alegre a memória, maior a força do “feitiço”. Nesta parte do livro somos também apresentados a outros personagens: O Barbudo e o Rei Arame Farpado, um homem que como Gus também é um cambista, o Licantropo, que é um lobisomem que busca vingança sobre o homem que deu a moeda à Caius, e a Rarefeita, que é basicamente uma ‘elfa’. Fiquei muito curioso quanto a esses personagens, porque o livro nos dá poucos detalhes sobre a história de cada um.

Bom, a moral do livro é que Spiegelmann, o cara estranho que deu a moeda para Caius, tem o objetivo de dominar a Permuta de Cá para poder invocar o mal absoluto, e assim colocar todos os cambistas e o Wunderkind a seus pés, reconstruindo o mundo do jeito que ele quiser.

Mas agora, o que é o Wunderkind? Não sei, o livro acaba antes de sabermos isso, e essa parte me deixou realmente frustrado. Quando o bicho ia pegar, acabou. Simples assim. O livro é muito bem escrito, me lembra Stephen King, porém a editora poderia ter caprichado um pouco mais na tradução, porque existem algumas palavras muito estranhas, do tipo: amiúde, encastoada, lárices.... e isso acaba por deixar o leitor se perguntar se ele é um ignorante que não sabe palavras difíceis ou se essas palavras realmente existem. Enfim, o livro é muito bom, recomendo demais, e estou louco para ler o segundo!