quinta-feira, 21 de junho de 2018

[Resenha] Minha vida fora dos trilhos

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Autora: Clare Vanderpool
Páginas: 320
Editora: DarkSide
A protagonista de MINHA VIDA FORA DOS TRILHOS, Abilene Tucker, tem apenas 12 anos, mas é corajosa e impetuosa o suficiente para encontrar aventuras na pequena cidade de Manifest, Kansas, um fim de mundo para onde seu pai a enviou de trem a fim de passar o verão sob a tutela de um velho conhecido enquanto ele trabalha em uma ferrovia.
O que parecia ser o período mais solitário e entediante de sua vida ganha um novo e surpreendente rumo quando Abilene encontra uma velha caixa de charutos com cartas antigas e pequenas lembranças de outros tempos. Aos olhos curiosos da menina, a caixa se torna uma verdadeira arca do tesouro, onde segredos enterrados conectam dois momentos da cidade. A partir de então, o livro se divide em duas narrativas cronológicas: passado e presente se misturam, daquela maneira mágica que só um bom livro consegue contar. Os acontecimentos vão da época da Primeira Guerra Mundial à Grande Depressão norte- americana dos anos 1930, com soberba fidelidade histórica que ajudam a construir esta narrativa de perda e redenção.


Minha vida fora dos trilhos é o primeiro livro que eu leio da Clare Vanderpool. A obra foi publicada pela DarkSide numa edição linda em capa dura, e eu confesso que comprei por conta disso, nem havia lido muito sobre a história. Meu primeiro contato com a escrita da autora, no entanto, não foi das melhores. A trama não conseguiu me cativar completamente, e eu fiquei levemente decepcionada com isso, já que o enredo tinha um grande potencial para ser uma das melhores leituras do mês.

Abilene é uma garotinha de doze anos, que só teve o pai como sua família. Os dois sempre cuidaram um do outro, e Abi ama as histórias que ele lhe conta. Gideon trabalha em rodovias, e está sempre passando por algum lugar. Certo dia quando Abilene machuca seu joelho e fica com uma infeccção, Gideon acaba se fechando para a filha, que acha que foi sua culpa se machucar e acabar preocupando o pai. Ele então, decide enviá-la para Manifest, uma pacata cidade, onde seu amigo, o Pastor Shady, vai cuidar da garota.

Abilene não entendo muito porque precisa passar um tempo em outro lugar, ela sempre adorou acompanhar as viagens de trem com o pai, e seu trabalho nas estradas de ferro. Ela não vê a hora de as férias de verão acabarem para que seu pai venha buscá-la. No entanto, o verão acaba não se tornando tão entediante, na casa do Pastor ela encontra uma lata com várias cartas entre dois garotos, Ned e Jinx, e alguns objetos curiosos. 

Nas cartas um espião, Cascavel, é citado. Assim, ela e suas novas amigas partem em uma aventura pela cidade para descobrir quem foi o espião. Nesse meio tempo, Abi perde a bússola que ganhou de seu pai, e que é algo muito importante para a menina, e descobre que a vidente da cidade está com ela. Para recuperá-la, Abilene terá que fazer alguns trabalhos para a senhora. Sadie, a vidente, conta a história da cidade, assim como dos garotos das cartas. Abilene quer muito saber se seu pai faz parte dessa história, mas em nenhum momento ele é citado, o que deixa a garota cada vez mais ansiosa para saber o final do relato da vidente.


Minha vida fora dos trilhos nos apresenta uma história de uma cidade com um passado conturbado, e pessoas marcantes. A narrativa nos apresenta tanto o presente quanto o passado, e a autora conseguiu unir isso de forma esplendorosa. Abilene fica sabendo mais sobre a cidade através da narrativa da vidente e de alguns recortes de jornais antigos. A ambientação histórica, 1917/1918 durante a Primeira Guerra e 1936 durante a Grande Depressão, não foi muito trabalhada. Serviu apenas como pano de fundo. 

A trama deixa no ar um grande mistério, mas não existe um. Foi aí que acabei me decepcionando, por esperar algo mais da obra. A leitura é lenta, e demora a realmente a ter uma reviravolta que interesse o leitor. Eu cheguei na metade do livro pensando qual seria o desfecho e onde a autora queria chegar com tudo. Foi frustrante não ter algo que realmente me emocionasse. É um livro com uma boa aventura, e que mostra um relacionamento lindo entre pai e filha, mas que poderia ter sido muito mais marcante.

Na segunda metade eu consegui me envolver mais na trama, e eu realmente gostei de saber mais sobre Manifest quase vinte anos atrás. A linha do tempo começa a se cruzar, e muitas coisas fazem sentido. E, Abilene é uma personagem cativante demais. Sua coragem, inteligência e inocência são um ponto positivo para a história. O final é satisfatório, e talvez o esperado. 

Minha vida fora dos trilhos é um livro sem muita complexidade, tem uma história agradável, mas nada que cause grande impacto. A leitura demora um pouco para engrenar, apesar da escrita sensível da autora. Mesmo essa história não chegando perto do que eu esperava, estou muito curiosa para ler outros livros da Clare, e quem sabe, mudar essa primeira impressão que eu tive, e que não foi muito boa.

A edição da DarkSide está muito linda. Eu amo que a editora publica todos os livros em capa dura. Os detalhes são delicados, e todos os elementos combinam muito com o enredo. 


9 comentários:

  1. Eu achei essa história razoável; confesso que esperava mais.

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  2. Oi, tudo bem?
    Eu li o outro livro da autora, Em algum lugar nas estrelas, e é um dos meus queridinhos da vida. Um livro super sensível e reflexivo, cheio de mensagens nas entrelinhas. Porém, como eu gostei tanto dele, fiquei com medo de ler esse e me decepcionar.
    Uma pena que você não tenha gostado muito e que a leitura tenha te decepcionado. Espero que você goste mais do outro livro da autora.
    Eu ainda pretendo ler esse, mas certamente vou com as expectativas mais baixas.
    Beijos!

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  3. Eu ainda não conhecia o livro e, embora tenha ficado interessada na obra, não acho que realizaria a leitura por agora. Não que parece ser ruim, mas por eu achar que vou sentir um pouco de dificuldade para começar a me envolver no ritmo da leitura e tenho preferido ler livros que me atraiam mais facilmente. Mas, de qualquer maneira, fiquei curiosa com o livro e espero poder ler para ver mais sobre ele.

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  4. Olá,
    Não curto tanto livros que se passam durante a guerra, mesmo já tendo lido alguns mas ainda assim não é meu tema favorito. Acho que se fosse um pouco mais ágil ou abrangesse mais coisas até leria, mas por ter este tema não faz muito meu estilo.

    Debyh
    Eu Insisto

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  5. Ainda não tive a oportunidade de ler este (apesar de estar com o livro aqui), mas já li outro que tb foi publicado pela darkside e adorei. Gostei da sua sinceridade e entendo sobre a sensação que o livro causou. Eu gosto de histórias com guerra como pano de fundo, mas confesso que não são todos que prendem minha atenção rs
    espero conseguir ler em breve.

    Beijos
    Sai da Minha Lente

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  6. A edição desse livro parece mesmo maravilhosa e pela premissa eu leria, pois gosto de histórias com crianças/adolescentes curiosos desvendando segredos do passado, pena que não tenha superado as suas expectativas.

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  7. Oi Andressa, como está?
    Mais um livro da Claire Vanderpool e mais uma premissa muito interessante! Só fiquei meio triste porque ele te decepcionou e geralmente esse tipo de crítica me deixa longe de uma leitura por um tempo, mas geralmente acabo por ler porque gosto de eu mesma tirar minhas conclusões.
    Abraços e beijos da Lady Trotsky...
    http://www.galaxiadeideias.com/
    http://osvampirosportenhos.blogspot.com

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  8. Olá, tudo bem? Não conhecia o livro, e realmente a edição parece ser linda. Que pena que a história foi um pouco frustrante, pois também tenho problemas com enredos que começam muito lento. Não sei se seria uma obra que leria no momento. Ótima e sincera resenha!
    Beijos,
    http://diariasleituras.blogspot.com.br

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  9. Olá!
    Já tinha visto esse livro, mas não tinha lido nenhuma resenha. Mas confesso que não me interessei muito pelo enredo, odeio quando leio e a história me deixa frustrada, os livros da Darkside já me chamaram mais a atenção, ultimamente não muito rs' as histórias me deixam confusas e quando chego no final me decepciono. ótima resenha!

    beijos!

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