[Resenha] Gelo negro

Autora: Becca Fitzpatrick
Páginas: 304
Editora: Intrínseca
Britt Pfeiffer passou meses se preparando para uma trilha na Cordilheira Teton, um lugar cheio de mistérios. Antes mesmo de chegar à cabana nas montanhas, ela e a melhor amiga, Korbie, enfrentam uma nevasca avassaladora e são obrigadas a abandonar o carro e procurar ajuda. As duas acabam sendo acolhidas por dois homens atraentes e imaginam que estão em segurança.
Os homens, porém, são criminosos foragidos e as fazem reféns. Para sobreviver, Britt precisará enfrentar o frio e a neve para guiar os sequestradores para fora das montanhas. Durante a arriscada jornada em meio à natureza selvagem, um homem se mostra mais um aliado do que um inimigo, e Britt acaba se deixando envolver. Será que ela pode confiar nele? Sua vida dependerá dessa resposta.

Gelo negro é um thriller que me prendeu a atenção do início ao fim. Depois de ter lido Sussurro, também da Becca Fitzpatrick, e não ter gostando tanto, me vi envolvida com esse outro livro da autora, que possui uma trama cheia de suspense e mistério. Depois dessa leitura até resolvi dar mais uma chance para a série Hush hush, eu li bem na época que tinha dado aquele bum de pessoas elogiando e tal, e acho que coloquei muitas expectativas. Lembro que fiquei decepcionada e pensei: sério que vocês acham esse livro tudo isso? Enfim, voltando a Gelo negro...

Britt mora com o pai e irmão mais velho, e namorava o irmão da sua melhor amiga, Korbie. Quando Calvin se mudou por conta da faculdade o relacionamento dos dois esfriou, e em seguida ele terminou com Britt, por telefone e no dia do baile da escola que ele iria acompanhá-la. Após esse rompimento difícil ela está tentando esquecer Calvin, e assim planeja uma semana de férias na Cordilheira Teton, no chalé da família de Korbie. 

Como Korbie vai levar o namorado, os pais da garota obrigam que o irmão vá junto. O que frustra totalmente os planos de Britt de esquecer o ex. Calvin vai antes das garotas para o chalé. Em um carro separado, as meninas ficam presas no meio do caminho por conta de uma tempestade. As duas precisam abandonar a picape e buscar um abrigo, pois a temperatura cai a cada minuto e elas podem ficar congeladas. As amigas conseguem encontrar uma cabana, porém, elas não imaginavam que os dois homens que as acolheram eram criminosos fugitivos. É então que o verdadeiro terror começa e elas precisam tentar sobreviver, o que se torna algo difícil por conta da nevasca que atrapalha a chance de tentar fugir. 

No início do livro sabemos que houveram alguns assassinatos na Cordilheira Teton, então o clima de medo é ainda maior quando as garotas encontram esses dois criminosos. Será que são eles os assassinos? A narrativa mostra presente e passado, e assim vamos entendendo como tudo começou. Britt acaba se aproximando mais de um dos criminosos, e apesar de não confiar nele, sente que desde o início ele tentou evitar que as duas ficassem na cabana, quase como se quisesse protegê-las.

O livro é permeado de mistérios, e alguns segredos são bem escondidos, fazendo não só a personagem ficar confusa sobre tudo, como o leitor também. A trama tem diversas reviravoltas e perigos, então sempre tem algo acontecendo. Até mesmo as partes que falam um pouco sobre o passado dos personagens é algo que nos envolve. Eu consegui desvendar uma boa parte do mistério antes de ele ser revelado, e mesmo assim foi algo surpreendente e tenso.

Gelo negro tem um suspense incrível e a escrita da autora nos faz imaginar exatamente a ambientação: cheia de neve e árvores, e muito frio. Gostei bastante da leitura. Britt é uma personagem muito corajosa e determinada. Korbie, a amiga, no entanto, é alguém que eu nutri ódio profundo, que menina mais burra! Sua amizade com Britt é algo tão tóxico, para ambas, que eu só queria que se alguém fosse morrer, essa pessoa fosse Korbie. 

O livro é bem rápido de ler, a narrativa da autora é envolvente, e o clima de romance entre Britt e um dos criminosos, apesar de ser inicialmente bizarra, acaba fazendo sentido vista de outro ângulo. Eu achei, fortemente, que estava vendo um caso de Síndrome de Estocolmo, mas se deixarmos de lado as circunstâncias, percebemos que a aproximação e preocupação de um pelo o outro é real. Recomendo!