[Resenha] O bebê de Rosemary

Autor: Ira Levin
Páginas: 224
Editora: Amarilys
Rosemary Woodhouse e seu marido Guy, um ator que luta para se firmar na carreira, mudam-se para um dos endereços mais disputados de Nova York, o Bramford, um edifício antigo de ares vitorianos, habitado em sua maioria por moradores idosos e célebre por uma reputação algo macabra de incidentes misteriosos ao longo da história. Sem demora, os novos vizinhos, Roman e Minnie Castevet, vêm dar boas-vindas aos Woodhouse. Apesar das reservas de Rosemary com relação a seus hábitos excêntricos e aos barulhos estranhos que ouve à noite, o casal idoso logo passa a ser uma presença constante em suas vidas, especialmente na de Guy.
Tudo parece ir de vento em popa. Guy consegue um ótimo papel na Broadway, e novas oportunidades não param de surgir para ele. Rosemary engravida, e os Castevets passam a tratá-la com atenção especial. Mas, à medida que a gestação evolui e parece deixá-la mais frágil, Rosemary começa a suspeitar que as coisas não são o que parecem ser...
Em 1969, O bebê de Rosemary, fenômeno aclamado por público e crítica, foi adaptado para o cinema em uma produção que se tornou um clássico do terror, estrelada por Mia Farrow e Roman Polanski. Em 2014, a força da história sinistra de Rosemary e seu bebê chegou à TV americana, em uma elogiada minissérie estrelada por Zoe Saldana.

O bebê de Rosemary é um clássico, e eu só fui conhecer a obra este ano. Apesar de saber da existência do filme, eu nunca o assisti. Porém, quando soube que havia um livro fiquei bem mais empolgada para conhecer essa história que fez tanto sucesso na época de estreia e que rendeu uma adaptação, considerada um clássico do terror. Ira Levin me surpreendeu com sua escrita marcante, cenários sombrios e personagens inconstantes e difíceis de confiar.

Rosemary é dona de casa, casada com Guy, um egocêntrico ator de cinema. Seus pais sempre foram muito conservadores e religiosos, e por isso nunca gostaram de seu marido, um agnóstico. Quando Rosemary saiu do interior para morar em Nova York o relacionamento dela com a família sofreu uma mudança. O mais importante no momento, no entanto, é que eles consigam o apartamento de seus sonhos. O antigo, e disputado, edifício Bramford sempre foi um lugar que Rosemary quis morar, e quando achou que não iria mais conseguir, e já estava quase alugando outro lugar, surge a grande oportunidade. 

Um amigo do casal avisa que aquele lugar abriga histórias macabras: suicídios, assassinatos, canibalismo... Enfim, histórias que fariam qualquer pessoa repensar em se mudar para lá. Porém, Rosemary não vai se basear por histórias bobas. Ela sabe que podem ter ocorrido mortes ali dentro, mas nada que seja suspeito, certo? Ela passa a decorar toda a casa da forma como viu nas revistas de decoração. Certo dia um casal de idosos convida Rosemary e Guy para um jantar de boas vindas. Minnie e Roman são simpáticos e agradáveis de conversar, apesar de um pouco intrometidos. Surpreendentemente Guy acaba gostando muito dos dois, o que impede Rosemary de falar as coisas estranhas que escuta vindo do apartamento deles ou do comportamento suspeito dos dois.

Nesse mesmo período Guy consegue o grande papel que queria muito, depois de o outro ator ficar cego. E também é quando Rosemary consegue convencer o marido de ter um filho, e ela engravida. Roman e Minnie passam a ter uma atenção especial com ela, e até mesmo indicam um médico. Conforme os meses passam, Rosemary se encontra a cada momento mais fraca. Até meus seus amigos percebem essa mudança.

Sonhos macabros, sensações estranhas... tantos sinais de que algo não vai bem, e quando ela tenta contar ao marido, ele ri da situação, e diz que ela está estressada. Que é coisa de sua cabeça. É então que Rosemary começa a desconfiar do marido, e tenta descobrir o que está acontecendo. Será que ela e seu bebê correm perigo?

Eu iniciei a leitura sem saber muito sobre a trama, e confesso que acabei me surpreendendo bastante. O rumo tomado pelo autor foi inimaginável, o que deixou ainda mais amedrontador o que foi se sucedendo. O ambiente é bastante sombrio, e foi fácil imaginar cada uma das cenas. Eu fiquei extremamente angustiada por Rosemary. Minha vontade era gritar para ela sair correndo dali e nunca mais olhar para trás.

O bebê de Rosemary não é um livro muito de terror, ele possui um suspense intenso, e os elementos inseridos na trama são um pouco assustadores. Claro, que, é possível ter um pouco de medo em alguns momentos. É uma leitura diferente de tudo que eu já li, e eu gostei muito do enredo. Eu entendo porque o livro fez tanto sucesso a ponto de ter uma adaptação considerada um clássico. Recomendo!