[Resenha] O inquisidor

Autor: Mark Allen Smith
Páginas: 416
Editora: Record
A verdade pode ser a pior tortura.Geiger tem um dom: ele sabe quando alguém está mentindo. Na função que exerce, a chamada “obtenção de informações”, Geiger utiliza sua valiosa habilidade e vários métodos psicológicos que levam suas vítimas a um ponto em que o medo supera a dor. Assim que atingem esse ponto, elas não têm mais como resistir. Uma das únicas regras seguidas pelo torturador é não trabalhar com crianças. Quando seu sócio, o ex-jornalista Harry Boddicker, lhe traz um novo cliente que exige que ele interrogue um menino de doze anos, sua resposta é “não”. Mas quando o cliente ameaça levar o menino para Dalton, um torturador sem regras, famoso por matar seus interrogados, Geiger, cujo passado é um mistério até para ele mesmo, é surpreendido por um sentimento estranho de proteção e foge com o menino na tentativa de salvar sua vida. Enquanto Geiger e Harry investigam por que o cliente está tão desesperado para descobrir o segredo guardado pelo garoto, eles se veem caçados por um adversário cruel. E é no meio dessa caçada implacável que o passado misterioso e sinistro de Geiger vem à tona.

Não vão pensar que sou psicopata ou algo do tipo, mas quando soube que o personagem principal era um torturador profissional, pensei na hora: que demais! Nunca li nada nesse sentido, e por ser um thriller, me empolguei mais ainda para conhecer a história do autor. Porém, vou confessar para vocês que no quesito tortura deixou um pouco a desejar. As cenas poderiam ter sido bem mais detalhadas, daquelas que você praticamente sente na pele a dor, e dá aquela agonia de imaginar algo do tipo. Me decepcionei com essa parte, ok, mas fora isso, a trama é bem empolgante de acompanhar. Você não sabe o que esperar, só achei que poderia ter tido mais ação, algumas partes são meio enroladas.

Geiger é um personagem frio, que passou por algo quando criança, que o deixou desse jeito. Forte tanto emocionalmente quanto fisicamente, o trabalho dele é torturar pessoas para arrancar a verdade. O diferencial dele? A maior parte da tortura é mental, quase não há sangue. Em um novo trabalho, descobre que precisa torturar uma criança, algo que ele colocou como regra não fazer nunca. Geiger sabe que se ele não aceitar, há outros que irão, e por isso, resolve fugir com o garoto. Descobrimos que essa importância toda de achar o pai do garoto não é por um simples roubo de quadro, é algo muito maior, que Geiger precisa descobrir.

- A vida é que manda em você... desde o primeiro dia, do berço até a cova. Você não compreende, Geiger. Você pensa que pode escolher se está dentro ou não, mas não pode. 

A parte boa do livro é que a leitura é bem fluída. Além de que é muito interessante conhecer melhor Geiger, ele é um personagem intrigante, e sua história de infância é bem tensa. Não imaginava o que iria descobrir do porque dele ser assim, e me surpreendi. O inquisidor poderia ter sido desenvolvido melhor? Sim! Mas para ser justa, tudo o que o autor colocou na trama foi o suficiente para fazer o leitor se envolver com a história. O relacionamento do menino e Geiger foi algo bem interessante, pois não imaginei que ele se importaria com alguém. Não é que ele tem sentimentos? rs

Fiquei curiosa para ler outro livro do autor. Me decepcionei com o que ele propôs para o enredo, mas não posso negar que sua escrita é muito boa, e ele sabe criar uma história, só faltaram detalhes para deixar a leitura mais real. Gostei do personagem que ele criou também, adoraria se tivesse outros livros com ele. Agora, fiquei curiosa para ler outras obras que tenham tortura no meio. Gosto de tramas intensas e apavorantes. Se eu tivesse que dar nota para O inquisidor seria um 4, pois realmente gostei da maior parte dele. Foi uma leitura bem rápida, não conseguia largar o livro, quando notava já tinham se passado umas 50 páginas, rs.