[Resenha] Fundação

Autor: Isaac Asimov
Páginas: 239
Editora: Aleph
Série: Fundação, 1
O Império Galático possui 12 mil anos. E possui pujança, grandeza e estabilidade. Ao menos em sua fachada. Mas ele está em pleno declínio, lento e gradual. E, no final, culminará com uma regressão violenta da sociedade e a conseqüente destruição do conhecimento. Preocupados com isso, um grupo de cientistas traça um plano pela preservação do conhecimento adquirido. Vencedor do prêmio Hugo, como a melhor série de FC de todos os tempos, este é o livro inicial da Trilogia da Fundação

Acho que todos devem saber quem é Isaac Asimov, certo? Principalmente, os fãs de ficção científica, pois os livros do autor são quase que leitura obrigatória para quem curte o gênero. Eu li Eu, robô há muito tempo atrás, e achei genial, então fui pesquisar mais sobre Isaac e descobri que ele tem muitos livros lançados, dentre eles a famosa série Fundação, publicada na década de 50. Inicialmente era uma trilogia, porém, se transformou em sete livros. O enredo dessa obra fantástica e muito bem escrita se passa em um tempo futuro, onde a humanidade vive por toda galáxia. É a partir dessa premissa que o autor desenvolve uma história com elementos políticos, sociais, e até mesmo religiosos.

Hari Seldon, um psicológico, criou uma ciência que se baseia em calcular o futuro, mas apenas de um todo, não individualmente. Essa ciência, chamada psico-história, acaba revelando uma crise no Império Galáctico, que irá desestabilizar toda humanidade. Esse declaração acaba o colocando como traidor, mesmo que seja uma teoria, e assim é exilado no planeta Terminus. Para tentar diminuir o período da crise do Império, é criada a Fundação, uma organização cheia de ideais e objetivos.

Um grande psicólogo como Seldon podia desvendar as emoções e as reações humanas o suficiente para ser capaz de prever as linhas gerais do vasto panorama histórico do futuro.

Achei que o livro seria algo bem complexo, mas não é, a história é contada de forma simples e direta, talvez o que mais confunda o leitor é a quantidade de personagens e a mudança de tempo. Dividido em cinco capítulos, eles não seguem uma ordem cronológica certa. Há momentos que a narrativa já está contando algo dois anos depois, e em outros, trinta. No início não percebi essa mudança, pois não é algo explícito, o autor narra da forma que acha melhor para o decorrer da trama, e acho que foi isso que deixou a leitura dinâmica. Ao pular anos na narrativa, Isaac nos apresenta a evolução de ideais, da política e da religião, sem deixar muito detalhado e cansativo.

Fundação foi um livro ótimo de ler, porém, muito difícil de dar uma opinião. Apesar de não ser nada tão complexo, até a linguagem é bem tranquila de acompanhar, sinto que não captei todas as mensagens subentendidas na trama. Acho que seria necessário uma nova leitura para apreciar alguns detalhes. Porém, o que mais marcou na história é a relação religião x fé. O livro mostra indiretamente como a religião manipula, além de ser um grande pilar da sociedade para colocar ordem e exercer poder.

Trama incrível e bem narrada, Isaac encanta com sua inteligência em criar algo tão perto da realidade, mas ao mesmo tempo, com um toque de ficção. Estou ansiosa para continuar lendo a série, não imagino o que mais pode ter, que dure ainda seis livros, mas já estou empolgada para descobrir. Leitura recomendada!