[Resenha] Ghost Rider: A estrada da cura

Autor: Neil Peart

Após a morte da única filha, Selena, e da esposa, Jackie, o músico Neil Peart se transformou em um fantasma – um homem sem motivação, esperança ou fé. Sozinho em casa, convivendo com as lembranças, ele decide pegar a estrada com sua moto, uma BMW R1100GS, para rodar por 90 mil quilômetros, sem destino, em busca de um motivo para preencher o vazio que sente. Esta é a história real de um homem que partiu carregando a morte e o luto, mas transformou sua jornada em uma poderosa narrativa sobre a solidão, o amor e, acima de tudo, a paixão pela vida, mesmo quando tudo ao nosso redor nos leva a desistir dela.

Fiquei um mês lendo esse livro pelo simples fato de a narrativa ser muito cansativa. Acho que ser uma história real ajudou para deixar tudo mais lento ainda... Eu adoro histórias reais, até tinha ficado bem curiosa quanto ao livro quando soube que era do baterista do Rush, o Neil, não conheço a banda, mas fiquei interessada mesmo assim. A decepção foi grande quando me vi lendo algo tão detalhado que acabou atrasando a leitura. 

Mas agora a vida - que antes eu idealizava como uma divindade generosa que me oferecia aventuras e prazer - tinha traído a minha confiança de um jeito cruel.

Neil perdeu a esposa e filha, e sua única vontade é fugir de tudo que o faça lembrar, ele precisa de algo que o deixe com os pensamentos tão ocupados que não tenha espaço para mais nada. É então que decide pegar sua moto e viajar por aí. A história de Neil é linda, mas as partes em que ele narra a trajetória na estrada e lugares deixam a narrativa cansativa. Ele insere partes de seu diário e cartas para amigos, eu achei muito bacana, além de narrar sua vida na estrada, temos um contato direto com seus sentimentos.

Apesar de ter levado um mês para terminar Ghost Rider: A estrada da cura me vi envolvida em uma história incrível e comovente de superação, Neil detalha seu sofrimento e até mesmo suas lágrimas sem vergonha nenhuma. É difícil perder as pessoas que você ama, ainda mais quando são as principais da sua família: esposa e filha. É triste ver o quanto ele fica sem chão, e embarca em uma viagem solitária, mesmo que seja para se "curar". Gostava quando ele visitava amigos pelo caminho e conseguia sorrir em alguns momentos. 

Peguei minha câmera e tirei uma foto da parte de trás da moto, de um jeito que ela parecia andar sozinha pela estrada: ghost rider, o motociclista fantasma. 

Depois de ler o livro entendi o motivo da capa, e achei muito legal, seria melhor ainda se o autor tivesse colocado mais fotos da sua viagem na estrada da cura. Um livro intenso, que precisa ser lido calmamente. Se você quiser terminar em uma semana, vai acabar desistindo, então é bom fazer que nem eu e ler algumas páginas todo dia. É uma boa forma de absorver a história também.