[Resenha] Psicose

Autor: Robert Bloch

Psicose, o clássico de Robert Bloch, foi publicado originalmente em 1959, livremente inspirado no caso do assassino de Wisconsin, Ed Gein. O protagonista Norman Bates, assim como Gein, era um assassino solitário que vivia em uma localidade rural isolada, teve uma mãe dominadora, construiu um santuário para ela em um quarto e se vestia com roupas femininas. Uma história curiosa envolvendo o livro é que Alfred Hitchcock adquiriu anonimamente os direitos de Psycho e depois comprou todas as cópias do livro disponíveis no mercado para que ninguém o lesse e, consequentemente, ele conseguisse manter a surpresa do final da obra.

A DarkSide fez uma surpresa enorme ao me enviar esse livro, realmente não esperava, mas adorei poder ler a obra que inspirou o filme clássico. E, apesar de nunca o ter assistido, conhecia a história e imagens, então a leitura foi como um complemento ao que eu já sabia... Mas claro que mesmo assim fiquei muito interessada em assistir Psicose e até mesmo a série Bates Motel que saiu recentemente e mostra Norman e a Mãe anos antes dos assassinatos. 

A história nos apresenta Norman Bates, um homem quase de meia idade que dirige um motel junto com a Mãe. Apesar de adulto, ele é tratado como criança, e a própria mãe diz que ele não tem iniciativa, algo em que Norman concorda. Sua falta de vida social nos mostra um homem inseguro e retraído que não consegue tomar as rédeas da relação com a mãe controladora. O motel que ele toma conta fica perto de uma estrada antiga, por isso o movimento é pouco. Mas, após a chegada de Mary, as coisas ficam tensas. O desenrolar da trama começa a ficar pesado e descobrimos coisas inimagináveis que acontecem no motel.

"É que, em verdade, você não queria se mudar daqui. Nunca quis sair deste lugar, e nunca vai sair. Você não pode sair daqui, pode? Assim como também não pode crescer."

Um suspense maravilhoso do início ao fim. Fiquei apreensiva em várias partes, pois o autor nos descreve as cenas com detalhes e apreciei muito isso. Quem não gosta de sentir um medinho? haha

Simpatizei com Norman no início, na verdade foi mais um sentimento de pena. Imagina, um homem feito, que nem namorada tinha... Vivia praticamente para a mãe, mesmo ela o tratando mal.

"Você odeia as pessoas. Porque, na verdade, você tem medo delas, não é? Sempre teve medo, desde pequeno. Melhor se enroscar numa cadeira debaixo de um abajur e ler um livro. Você fazia isso há trinta anos e continua fazendo agora: se esconder entre páginas de livros."

Os capítulos não focam apenas no Bates Motel e em Norman, temos conhecimento da vida de Mary e do que a levou a parar nesse motel, além de sermos apresentados a outros personagens que de alguma forma, acabam se envolvendo. Sobre o final, realmente fiquei surpresa. Achei o desfecho do livro fantástico, o autor soube confundir o leitor, o que não deixou o livro previsível, apesar de no início acharmos que sim.

A leitura é rápida já que a história não é muito longa, e a narrativa de Robert ajudou. 

Sobre a edição, a editora fez um ótimo trabalho, a diagramação está linda. Cada capítulo começa com uma chave de quarto e o número. Vou até mostrar algumas fotos para vocês. <3