[Resenha] Victoria e o patife

Autora: Meg Cabot
Páginas: 210
Editora: Galera Record
Neste romance histórico juvenil escrito pela autora de “O diário da princesa”, acompanhamos a trajetória de Victoria. Criada pelos tios na Índia, ela é enviada a Londres aos 16 anos para conseguir um marido. Mas é na longa viagem até a Inglaterra que a jovem encontra o amor, na figura de Hugo Rothschild, o nono Conde de Malfrey. Tudo estaria ótimo se não fosse a insuportável interferência do capitão do navio, Jacob Carstairs. Por que ele não pode confiar na escolha de Victoria? Por que ele não a deixa em paz? Estaria Hugo escondendo algo?

Victoria e o patife é um romance de época juvenil, da autora Meg Cabot, e publicado pela Galera Record. Há muito tempo que eu não lia algo da Meg, e como eu simplesmente adoro a escrita dela, estava bem empolgada com esse livro, no fim todas as minhas expectativas foram superadas. Que leitura mais gostosinha e divertida. E eu acredito que não poderia ter sido diferente em se tratando de Meg Cabot. Mesmo com uma trama mais juvenil ela consegue encantar o leitor com um romance fofo e bem construído. A sinopse resume bem a história da obra, e mesmo com algumas situações sendo previsíveis, é impossível não amar cada detalhe, personagens e diálogos bem humorados que a autora criou.

Victoria é uma personagem de personalidade forte, que adora ajudar os outros, ou melhor, adora saber que as pessoas precisam de sua ajuda. Como foi criada pelos tios, todos homens, na Índia, seu comportamento não é nem um pouco aceitável na Inglaterra. Acostumada a ter opinião forte, muitos de seus atos são vistos de forma escandalosa pelas damas. Onde já se viu chamar a atenção de um cozinheiro? Ou descer de um navio pelas escadas, como um homem? Em muitos momentos suas atitudes são irritantes, ela aparenta ser um pouco fútil, mas todos esses traços são o que a deixam ainda mais engraçada. E, no fundo, ela é uma ótima jovem, que sempre se preocupa com os outros. Sua estadia na casa dos tios e primos é muito divertida. Ela chega para mudar tudo, desde o tio que nunca fala mais que uma palavra até as pestes dos primos menores que não sabem se comportar.

E o que falar de Jacob Carstairs, o capitão do navio? Ele é muito corajoso de bater de frente com Victoria, os diálogos entre os dois são muito divertidos. O capitão é um homem charmoso e muito persistente. As constantes brigas entre os dois deixam a leitura leve, e faz o leitor torcer pelo casal, mesmo os dois sendo tão diferentes um do outro. Conde Malfrey, noivo de Victoria, perto de Jacob se mostra alguém sem personalidade e insonso. Mesmo ela descrevendo o noivo como alguém muito bonito, é impossível não se apaixonar mais pela personalidade do capitão. O jeito metido de Victoria a faz se destacar bastante da maioria das damas em Londres, e acredito que isso foi o que mais chamou a atenção de Jacob.

Victoria e o patife não tem grandes reviravoltas, mas não deixa de ser um romance fofo e leve. Eu gostei bastante da trama. Todos os personagens são marcantes, até mesmo a odiosa mãe do Conde Malfrey. A narrativa é maravilhosa, mesmo sendo em terceira pessoa, temos as constantes dúvidas e pensamentos de Victoria, e minha nossa, como ela pensa muito antes de falar. Seu eterno falatório mental chega a ser engraçado. Normalmente não gosto de livros com poucos diálogos, mas nesse caso, achei tudo muito divertido e empolgante.

Depois de muito tempo ser ler nada da autora, estou muito satisfeita com essa leitura, que foi bastante fluída. Se você procura um romance leve e fácil de se envolver, e de bônus seja de época, recomendo a obra. Ainda mais com uma edição linda dessas. A capa é muito fofa, as cores são suaves, e mostra bem que é um romance mais juvenil. A parte interna do livro também está fabulosa.